Os vereadores tiveram um desentendimento recente, após críticas públicas de Dr. Leandro (PSD) sobre a condução da Casa e a tradição austera; um pedido de desculpas amenizou, mas aparentemente, não pavimentou a paz.
Jorge Honorio
jorgehonoriojornalista@gmail.
O presidente da Câmara Municipal de Votuporanga/SP, Daniel David (MDB) e o vereador Dr. Leandro (PSD) voltaram a se estranhar durante a 32ª sessão ordinária desta segunda-feira (15.set), reacendendo uma chama que, publicamente, parecia cozinhar em fogo baixo.
Nas últimas semanas, conforme noticiado pelo Diário, os dois, que já havia se desentendido por conta das declarações de Dr. Leandro a respeito da política austera da Câmara e da condução do Legislativo, classificada por ele como “pífia”, após cobrar maior estrutura para exercer o mandato, agora discutiram sobre o papel e importância da procuradoria jurídica da Casa de Leis.
A troca de farpas ocorreu após o vereador Wartão (União Brasil) trazer à baila a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de projetos aprovados na Câmara, oriundos do Legislativo, e que podem receber vetos do prefeito Jorge Seba (PSD), podendo gerar desgastes e até obrigando parlamentares a mudarem entendimento e voto. A fala ocorreu após a aprovação do projeto de autoria do vereador Ricardo Bozo (Republicanos), que busca cassar o alvará de postos que tiverem relação com adulteração de combustíveis no município.
A fala acertou em cheio a vereadora Natielle Gama (Podemos) que teve o projeto da classificação indicativa para eventos aprovado na Câmara e posteriormente derrubado pela mesma Casa de Leis após veto de Jorge Seba. A parlamentar justificou que a iniciativa gozava de dois pareceres, um de inconstitucionalidade proveniente da Casa e outro de constitucionalidade vindo da Comissão de Justiça e Redação.
Em meio ao debate e exposição das ideias de outros vereadores, Daniel David afirmou que, entre um parecer da procuradora e outro da comissão, particularmente, optaria pelo da procuradora: “Quero dizer que respeito todas as comissões, mas fico com o parecer sempre da procuradora, com todo o respeito à comissão. O que é inconstitucional para a procuradora, se eu tiver que votar, eu voto contra. Esse é um parecer meu.”
Enquanto buscava terminar o raciocínio, Dr. Leandro interrompe e questiona: “Senhor presidente, com todo o respeito, então não precisa de vereadores nesta Casa? Uma procuradora toca à Casa, sozinha.”
A reação é imediata e com dedo em riste, Daniel David retruca: “Eu não cedi a palavra, você não pode falar. Então na sua vez, você fala isso. Ser vereador é uma coisa, ser procurador é outra.”
Com o microfone desligado, Dr. Leandro argumenta e é rebatido por Daniel David que segue com a palavra: “Não estou desrespeitando a comissão. Você escutou ou quer que eu puxe a gravação para você ouvir? Então, da próxima vez, você presta atenção para depois você falar. Eu falei que respeito muito a comissão, mas eu fico com a procuradora. Isso é direito meu. O Cabo Renato Abdala veio aqui e disse que é livre a opinião de todos. Essa é a minha opinião e ponto final. É minha opinião. A sua é tua, a minha é minha e pronto”, concluiu.
