Santa Casa de Araçatuba/SP afirmou que afastou o profissional que atendeu Gabriela Francischini Mairinque Schereiber. Vítima era mãe de um bebê de apenas um ano e dois meses.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) investiga o médico responsável por operar a jovem de 23 anos que morreu após passar por uma cirurgia de hérnia lombar na Santa Casa de Araçatuba/SP.
Gabriela Francischini Mairinque Schereiber foi submetida ao procedimento em 2 de fevereiro. Contudo, no dia 8 de março, passou por uma nova cirurgia, desta vez para corrigir um “vazamento” em uma parte da coluna.
Após apresentar dores e complicações, a jovem foi levada para a enfermaria e encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Porém, não resistiu e morreu no dia 16 de março.
Além de ser investigado pelo Cremesp, o médico responsável pela cirurgia foi afastado preventivamente pela Santa Casa de Araçatuba.
“O Serviço de Ouvidoria recebeu denúncia e a encaminhou à Comissão de Ética Médica para investigação e providências. O médico foi afastado preventivamente até a conclusão da apuração”, alegou o hospital.
As investigações abertas pelo Cremesp tramitam sob sigilo determinado pela lei e seguem os prazos processuais estabelecidos no Código de Processos Ético-Profissionais (CPEP) do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Luta por justiça
Depois de Gabriela morrer, a família procurou a Polícia Civil de Araçatuba para prestar queixa contra o médico que a atendeu.
Segundo o boletim de ocorrência, após passar pela cirurgia de correção, a jovem teve fortes dores de cabeça, e o médico teria dito à família da paciente que “não era nada”.
Como a dor não passava, e preocupada com o quadro da filha, a mãe de Gabriela sugeriu que o médico realizasse tomografias e novos exames. O profissional teria se recusado, mas, em seguida, feito os exames.
Segundo a mãe da jovem, Fabiana Francischini Mairinque, quatro dias após a cirurgia, o quadro da filha se agravou, mas o médico não atendia às ligações feitas pelas enfermeiras.
“Eu ia atrás do médico, mas ele falava ‘senhora, sobe para o quarto, porque a sua filha já está sendo medicada. Estou na emergência e aqui tem casos piores que o da sua filha’. Ela começou a delirar e teve um quadro de surto em razão da dor. Consegui o contato do provedor, liguei e pedi ajuda”, conta a mãe.
Ainda conforme a mãe, logo após ela desligar o telefone, Gabriela foi levada para a emergência e precisou ser amarrada por conta do surto. O médico, então, teria dito que a paciente estava com infecção e sido grosso com a família.
Com a piora do quadro, a jovem foi levada para emergência e encaminhada à UTI, mas não resistiu e morreu no dia 16 deste mês.
Fabiana contou que Gabriela tinha um filho de um ano e dois meses, era amorosa, prestativa e uma ótima mãe.
“Ela estava com muito medo de deixar o filhinho dela. Sempre dizia ‘mãe, não quero morrer’. A gente tem que tirar a carteirinha desse médico. Nada vai trazer minha filha de volta, mas quero ajudar outras pessoas. O médico não a socorreu e complicou o caso da minha filha. Espero que a justiça seja feita.”
*Com informações do g1