Baixas temperaturas podem ocasionar problemas respiratórios; Cinomose é a doença mais grave.
O Centro de Proteção da Vida Animal (CPVA) e o Centro de Zoonoses, órgãos da Prefeitura de Votuporanga, alertam a população, principalmente quem possui animal de estimação, sobre os cuidados que devem ser tomados com a saúde dos animais durante o inverno. Com as baixas temperaturas decorrentes nesse período, assim como os seres humanos, os bichos de estimação ficam mais propensos a doenças, como por exemplo, as respiratórias.
Com relação aos cachorros, as principais enfermidades respiratórias são a Gripe Canina, a Traqueobronquite Infecciosa Canina, mais conhecida como Tosse do Canis e a Cinomose. A Traqueobronquite, provocada por vírus e de contágio rápido, manifesta-se inicialmente através de tosse, que pode evoluir para pneumonia; a Gripe Canina também apresenta tosse como sintoma, além de febre, coriza e espirros; e a Cinomose é a uma das mais graves.
A Cinomose é uma doença altamente contagiosa e a transmissão, que não afeta os seres humanos e nem outros animais domésticos como gatos, aves e roedores, ocorre direta ou indiretamente a partir do contato do animal com outro infectado, como por exemplo o compartilhamento de comedouro, bebedouro e brinquedos. O convívio em ambiente fechado também favorece a infecção possibilitando que o vírus sobreviva por até três meses no local, mas pode ser eliminado com uso de desinfetante.
A contaminação afeta principalmente cachorros filhotes e idosos que estejam com imunidade baixa, desencadeando sintomas como tosse, corrimento nasal e ocular, perda de apetite e, após evolução da doença, os sintomas variam podendo acarretar problemas como tosse seca ou com secreção, febre aguda, vômito, diarreia, dificuldade respiratória e até pneumonia. A pele do animal também sofre alterações, com o surgimento de pústulas abdominais, hiperqueratose (espessamento) nos coxins e focinho e, nos olhos, surgimento de lesões na retina e também conjuntivite.
O caso mais grave ocorre quando o sistema neurológico é comprometido, o que pode causar o óbito, por isso é importante ficar atento aos sinais de vocalização involuntária, como se estivesse sentindo dor, mudança de comportamento, convulsões, contrações musculares involuntárias, movimentos circulares e de “pedalagem” e ainda paralisia.
O diagnóstico veterinário é feito por meio de exames clínicos, anamnese (entrevista com o dono do animal) e exames laboratoriais. Dependendo do avanço da doença pode ser realizado outros exames como hemograma, o Teste Elisa, que permite a identificação de anticorpos específicos e o PCR, que identifica o material genético do vírus.
Como não há tratamento e medicações específicas, a prevenção é ficar atento aos sintomas e combater infecções secundárias pois, os sintomas são comuns e de fácil reconhecimento, mas quando não monitorados adequadamente, a doença pode ser fatal. Outra forma de ajudar a prevenir é seguir o calendário de imunização da vacina contra a doença.