Covid-19: Brasil recebe 1º lote da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos 

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A remessa com 1,248 milhão de doses desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas/SP - Foto: Alex Sandro/TV Brasil

Remessa com 1,2 milhão de doses desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, e será distribuída aos estados. No total, farmacêutica vai enviar 4,3 milhões de imunizantes em janeiro.


O Brasil recebeu, na madrugada desta quinta-feira (13), às 4h38, o primeiro lote da vacina da Pfizer contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A remessa com 1,248 milhão de doses desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas/SP.

O imunizante, que saiu de Amsterdam, na Holanda, foi descarregado em Viracopos com auxílio da Receita Federal e da Polícia Federal e seguiu, em caminhão, para o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos/SP, às 8h18. Agora, as doses serão distribuídas para os estados.

Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, no dia 16 de dezembro, a vacinação de crianças desta faixa etária. Em 5 de janeiro, o Ministério da Saúde informou que não será exigida receita médica para vacinar o grupo. 

Os estados começaram a se organizar para o esquema de vacinação. O governo de São Paulo, por exemplo, anunciou na quarta-feira a abertura do pré-cadastro para início da imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a doença. 

Na segunda-feira (10), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a Pfizer vai antecipar a entrega de 600 mil doses. Com isso, o total de vacinas previstas para chegar em janeiro deve passar de 3,7 milhões para 4,3 milhões. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária. 

Vacinação infantil

De acordo com o governo, a vacinação infantil ocorrerá: 

  • em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas), com prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente e para crianças quilombolas e indígenas; 
  • sem necessidade de autorização por escrito, desde que pai, mãe ou responsável acompanhe a criança no momento da vacinação; 
  • com intervalo de oito semanas – um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas. 

Diferenças

Frascos da vacina da Pfizer em versão pediátrica (laranja) e a partir dos 12 anos (roxa) — Foto: Tobias Schwarz/AFP

A vacina para crianças de 5 a 11 anos tem diferenças em relação à que foi aplicada nos adultos. Por isso, o governo federal adquiriu uma versão específica do produto com dosagens e frascos diferentes (foto acima), apesar de o princípio ativo ser o mesmo. 

A mesma autorização de uso já foi concedida pelo FDA e pela EMA (agências regulatórias de saúde dos Estados Unidos e União Europeia). 

Em outubro de 2021, a Pfizer disse que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. O estudo acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo. 

Em 20 de dezembro, o ministro disse que a “pressa é inimiga da perfeição“. Na noite de 23 de dezembro, o Ministério da Saúde abriu a consulta pública sobre vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid. 

De 24 de dezembro, a 2 de janeiro, qualquer pessoa pôde participar, preenchendo um formulário online, da consulta que, segundo a pasta, estava aberta a “contribuições devidamente fundamentadas”. 

Já no dia 3 de janeiro, Queiroga antecipou que as doses pediátricas chegariam ao Brasil na segunda quinzena deste mês. Sem apresentar um cronograma de aplicação, o ministro disse também que a vacina estará disponível para os pais que queiram imunizar seus filhos. 

Na quarta-feira passada (4), o Ministério da Saúde apresentou os resultados da consulta pública e também convidou entidades e profissionais ligados ao tema para uma audiência pública. Sociedades médicas e científicas defenderam a vacinação de crianças.

*Informações/g1