Após um acidente motociclístico há 16 anos, o estudante precisou recalcular o seu destino; na contramão da pesquisa do PNAD 2022 Contínua ele supera a expectativa brasileira.
Em 2022, a população com deficiência no Brasil foi estimada em 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais, o que corresponde a 8,9% da população dessa faixa etária, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Neste contexto, 25,6% dessas pessoas com deficiência tinham concluído pelo menos o Ensino Médio, enquanto 57,3% das pessoas sem deficiência tinham esse nível de instrução.
Na contramão dessa conjuntura, Cláudio Farias, de 38 anos, que convive desde os 22 com a paraplegia devido a um acidente motociclístico, cursa o 6º período de Arquitetura e Urbanismo da Unifev. E ele não deve parar por aí. “O acidente não parou minha vida, não me impediu de realizar os meus sonhos, porque a partir daquele momento, com uma nova chance, eu passei a ver a vida com outros olhos. Por um momento, a cadeira de rodas foi um obstáculo, mas do começo ao fim a gente está aprendendo, e a vida é isso, traçar objetivos, criar rotas e só nós mesmos é que somos capazes de nos impedir, de nos parar. E hoje, posso dizer que cursar Arquitetura na Unifev é concretizar um dos meus grandes sonhos, porque eu já atuo na área, eu faço projetos de móveis planejados. É uma chave que vira a cada dia, e a Instituição vem me proporcionando isso nesses seis semestres. Eu tenho respirado arquitetura, ela é uma coisa tremenda na minha vida”.
Assim como na arquitetura, Cláudio encontra diariamente no esporte uma ferramenta potente de força e superação. “Conheci a Unifev por conta do atletismo. Sou atleta paralímpico daqui de Votuporanga e esse ponto da minha vida me fez conhecer de fato a Instituição e conquistar uma bolsa de estudos, por meio do Bolsa Atleta”. O Bolsa Atleta é um programa do Ministério do Esporte brasileiro criado em 2005, que patrocina individualmente atletas e para-atletas de alto rendimento em competições nacionais e internacionais de sua modalidade.
A Unifev dispõe de recursos de acessibilidade em sua estrutura, começando desde a instalação de áreas em que pessoas com equipamentos de mobilidade (como cadeiras de rodas ou bengalas) possam circular, rampas de acesso, corrimãos, sinalização em Braille, avisos com letras maiores, cores com boa visibilidade para pessoas com daltonismo, por exemplo, e inclusão de recursos em Libras no site da Instituição. As bibliotecas também são ambientes que possuem acesso à internet por meio dos softwares DOSVOX, NVDA e V-Libras, leitores de telas, livros adaptados, audiolivros, estações de pesquisa acessíveis e até mesmo a utilização de bibliotecas digitais, que são estratégias que permitem a maior participação do aluno com deficiência perante o acervo cultural.
A Instituição também oferece a modalidade EaD de cursos de graduação que é um fator contribuinte para a democratização do ensino superior.
Além disso, a Unifev incentiva a participação de pessoas com deficiência na comunidade acadêmica, insere temáticas de acessibilidade na matriz curricular dos cursos, traz profissionais com deficiência para eventos (não somente sobre acessibilidade, mas para falar de suas vivências), inclui autores com deficiência em bibliografias e disponibiliza Libras na grade dos cursos de licenciatura.
“As políticas de inclusão acadêmica promovidas pela Unifev têm como um de seus objetivos o acolhimento, respeitando e levando em conta as singularidades na implementação de uma educação equitativa, inclusiva, com aprendizagem ao longo da vida dos estudantes com quaisquer tipos de deficiências”, ressalta o reitor da Unifev, Prof. Dr. Osvaldo Gastaldon.
E tudo indica que os sonhos de Cláudio não devem parar na faculdade, ainda existem muitas conquistas pela frente. “Sonho em um dia ter meu próprio escritório e ampliar o que faço. Minha meta é atuar de forma que eu possa conhecer o cliente, dê início à planta e entregue a chave da casa mobiliada. Tudo completo, e dizer a ele – “agora é entrar e morar”. É isso, e estou traçando o caminho pra isso. A Unifev tem sido essa base porque me proporciona o conhecimento, me dá direção para chegar aonde eu quero. Nada vai me parar, a deficiência é só um detalhe para mim”!