Médicos reforçam importância do diagnóstico precoce e rastreamento gratuito pelo SUS.
A cantora e apresentadora Preta Gil, de 50 anos, faleceu na noite deste domingo (20), nos Estados Unidos, após dois anos de luta contra um câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino. A artista foi diagnosticada em 2023 e passou por diversas etapas de tratamento, incluindo cirurgia, radioterapia e terapias experimentais.
O Hospital de Base (HB), de São José do Rio Preto, registrou na faixa etária de 40 a 49 anos, uma variação de 100% no número de casos com 19 em 2020, saltando para 38 diagnósticos em 2024. Em 2021 foram 28, em 2022 foram 35 e em 2023 foram registrados 29 casos.
A Dra. Giovana Dalmedico, médica coloproctologista explica sobre a doença. “O câncer colorretal é um tipo de câncer que afeta o cólon (intestino grosso) ou o reto. É uma das principais causas de morte por câncer em todo o mundo. O diagnóstico é feito por meio da colonoscopia, exame essencial tanto para diagnóstico quanto para prevenção, indicada a partir dos 45 anos. O aumento dos casos tem relação direta com maus hábitos alimentares e estilo de vida sedentário. O tratamento é individualizado, podendo envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Como um grande diferencial no Hospital de Base, o cuidado integrado por uma equipe multidisciplinar dedicada a cada paciente é fundamental para determinar o melhor plano de tratamento”, ressalta.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são esperados cerca de 45.000 novos casos por ano até 2025, com estimativas de crescimento para mais de 70 mil casos anuais até 2040.
Crescimento entre jovens preocupa especialistas
Historicamente associado a pessoas com mais de 60 anos, o câncer de intestino tem afetado cada vez mais jovens adultos, inclusive com aumento de casos em pessoas com menos de 50 anos. No Brasil, dados do SUS apontam um aumento de 64% nas internações por câncer colorretal entre 2012 e 2021, com crescimento também no número de óbitos.
Doença silenciosa e com chances altas de cura se diagnosticada cedo
O câncer colorretal se desenvolve, na maioria dos casos, a partir de pólipos no intestino, que podem ser removidos com segurança se identificados precocemente. Por isso, a colonoscopia é considerada o exame mais eficaz para rastreamento, permitindo diagnóstico e até prevenção.
Estudos mostram que, quando diagnosticado na fase inicial, o câncer de intestino tem taxa de cura superior a 90%. No entanto, como seus sintomas são discretos, como alterações no hábito intestinal, sangue nas fezes, dor abdominal e perda de peso, muitos pacientes só descobrem a doença em estágios avançados.
SUS garante exames e tratamento gratuito
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece rastreamento gratuito com exames de fezes (teste de sangue oculto) e colonoscopia em casos indicados. No Hospital de Base de São José do Rio Preto, por exemplo, o atendimento inclui desde o diagnóstico até o tratamento com cirurgia, quimioterapia, radioterapia e acompanhamento multidisciplinar.
Quando procurar o médico?
A recomendação de especialistas é que pessoas a partir dos 45 anos façam exames de rastreamento, especialmente se houver histórico familiar ou fatores de risco como como histórico familiar câncer colorretal, doença inflamatória intestinal, obesidade, histórico de pólipos intestinais, entre outros.
