Caso Baggio: MP denuncia quatro por latrocínio de pai e filho em Votuporanga 

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Imagem de vídeo encontrado no celular de um dos suspeitos, com vítimas amarradas – Foto: Reprodução

Entre os denunciados está a filha e irmã das vítimas.


O Ministério Público de Votuporanga/SP denunciou quatro pessoas pelo latrocínio de Wladmyr Baggio, 56, e do filho dele, Vitor More Baggio, 22, ocorrido em 11 de maio na propriedade rural da família, próximo ao Aeroporto. Entre os denunciados estão Viviane More Baggio, filha e irmã das vítimas, e o marido dela, Carlos Alberto de Assis Ramos, que é advogado. Eles são apontados como mandantes do crime. O objetivo seria a herança da família. Gustavo Henrique de Oliveira da Cruz e Luís Henrique dos Santos Andrade são acusados pela Polícia Civil de serem os executores. Todos estão presos.

De acordo com a denúncia, três dias antes do crime Viviane e Carlos se encontraram com Gustavo em uma loja de conveniência para acertar detalhes do crime. Conforme a investigação, o advogado entregou ao suspeito um revólver calibre 38 e R$ 1,5 mil como parte de um adiantamento pela execução da família de Viviane – o que incluía a mãe dela, que viajou de última hora e escapou da morte. Segundo a Polícia Civil, o casal passou para Gustavo todas as informações sobre a rotina dos moradores do sítio, bem como objetos de valor que havia na propriedade. Teria sido Carlos quem levou Gustavo até as proximidades do sítio para que ele estudasse o local. Naquela oportunidade, Gustavo andou pelo terreno e acabou sendo fotografado por Wladmyr. 

A vítima compartilhou a foto do homem em um grupo de WhatsApp chamado “Vigilância Rural”. Gustavo chamou Luis Henrique para ajudá-lo a emboscar as vítimas. Em áudio obtido pela polícia, ele diz que o crime “é fita dada” por uma familiar revoltada com fatos do passado.  

Durante a madrugada do dia 11, os dois renderam Vitor quando ele chegava no sítio. O pai dele percebeu e escreveu um pedido de socorro no grupo de WhatsApp. Quando a polícia chegou ao local, pai e filho já tinham sido mortos com tiros na cabeça. Os bandidos separaram objetos de valor na caminhonete da família, que também seria roubada, mas a polícia apareceu e eles fugiram levando apenas itens que poderiam carregar, como R$ 428 em dinheiro, um celular e duas pistolas airsoft. 

Preso, Gustavo assumiu o crime, deu detalhes da reunião na loja de conveniência e afirmou que receberia R$ 30 mil do casal. No celular dele a polícia encontrou um vídeo das vítimas amarradas em cadeiras, além do print de uma conversa em áudio com Carlos.  

Procurada, a advogada Mariflavia Peixe de Lima, que representa Carlos e Viviane, afirmou que a única coisa que existe no processo são meros indícios. “Prints de áudios via aplicativo, mas sem o conteúdo. Áudio sem imagem e sem laudo que aponte que a voz realmente pertence a Carlos. Indícios podem até ser suficientes para fundamentar uma ação criminal, mas não suficiente para sustentar uma condenação, onde a lei exige prova robusta”. O casal nega envolvimento no crime.  

A reportagem não localizou a defesa de Gustavo e Luís. A primeira audiência do caso está marcada para 13 de junho do ano que vem. 

*Com informações do Diário da Região/Joseane Teixeira