Cardiologista explica fatores de risco do infarto

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Dr. Marcos Dotto - Foto: Reprodução

Dr. Marcos Dotto deu detalhes do que causa da doença, grupos de risco e sintomas.


Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, a cada dois minutos morre uma pessoa devido a uma enfermidade cardiovascular. A doença tem acometido inclusive crianças e jovens, levando alguns casos à morte.

Conversamos com o médico cardiologista do SanSaúde, Dr. Marcos Dotto, para explicar sobre o infarto, como reconhecer os sintomas e qual a prevenção.

O que causa infarto?

Dr. Marcos Dotto disse que a principal causa do infarto, entre outras, é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstruí-las. “Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o ruptura de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo, levando a diminuição da oxigenação das células do músculo cardíaco (miocárdio)”, afirmou.

Crianças e jovens podem sofrer infarto?

O médico destacou que o infarto do miocárdio é raro em crianças, porém, apesar disso, é preciso estar atento às chances de ocorrer. “Costumamos pensar que problemas cardíacos é coisa de adulto, mas crianças e adolescentes também podem sofrer com doenças que afetam o bom funcionamento do coração. Porém é possível identificar se tem propensão a problemas cardíacos, se houver antecedentes familiares de cardiopatias congênitas, doença coronariana, aterosclerose, infarto do miocárdio e morte súbita”, enfatizou.

Os fatores de risco mais comuns são tabagismo, história familiar para doença coronariana precoce e dislipidemia. “Tabagismo é o fator de risco mais prevalente em jovens, estando presente em 70 a 95% dos casos; e o uso de ouras drogas como cocaína e maconha também são relacionados em até 11% dos casos”, complementou.

Por que parece que casos estão mais frequentes?

A incidência entre o público mais jovem vem aumentando consideravelmente. Estilo de vida, sedentarismo, tabagismo, estresse, hipertensão arterial e diabetes formam o pacote dos principais fatores causadores da doença.

Grupos de risco

Os principais grupos de risco são pacientes tabagistas e portadores de colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, estresse e depressão. E antecedentes familiares de 1º grau que sofreram infarto (homens com < 55 anos e mulheres com < 65 anos). “Diabetes e o tabagismo aumentam cerca de 3,5 vezes a chance da doença. De modo surpreendente, a depressão em mulheres jovens está entre os principais fatores de risco — mais do que hipercolesterolemia e hipertensão arterial, tendo 3 vezes mais chance de infarto”, ressaltou.

Sintomas

O principal sintoma é dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, o braço direito. “Esse desconforto costuma ser intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre tórax, sudorese, palidez e alteração na frequência cardíaca. Nos diabéticos e nos idosos, o infarto pode ser assintomático, sem sinais específicos”, disse.

O  que fazer quando a pessoa apresentar os sintomas ?

Diante de sintomas de infarto, como dor no peito com características de sensação de peso no peito, opressão, queimação, com duração prolongada e que não alivia com repouso, é necessário procurar assistência médica de urgência mais próxima.

Tratamento

O mais importante no tratamento do infarto é a desobstrução da artéria comprometida. Existem duas formas de realizar esta desobstrução: angioplastia coronária (mecânica “ STENT”) ou fibrinolíticos (medicamentos).

Prevenção

A mudança de hábitos deve ser o principal foco em uma estratégia para a prevenção do infarto. Entre as principais medidas, evitar tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas e manter uma dieta equilibrada associado a pratica de atividades físicas regulares. “Acompanhamento médico com exames periódicos e para controle das principais comorbidades, como hipertensão, diabetes e dislipidemia também são fundamentais”, frisou.