Câmara de Votuporanga sedia ato em prol do Acampamento Vale do Amanhecer 

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Câmara de Votuporanga sedia ato em prol do Acampamento Vale do Amanhecer – Foto: Arquivo

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e o presidente do Incra, César Aldrighi, estão entre os convidados para o encontro que ocorre nesta sexta-feira (30), às 14h.


Um ato em prol do Acampamento Vale do Amanhecer, localizado em Álvares Florence/SP, ocorre nesta sexta-feira (30.mai), a partir das 14h, na Câmara Municipal de Votuporanga/SP.

Segundo o convite dirigido ao Diário, as pautas do encontro são: reintegração de posse/despejo de mais de 400 famílias; parecer do estudo da cadeia dominial e áreas para as famílias do acampamento.

Entre os convidados aparecem o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; o presidente nacional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), César Aldrighi; diretora do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários, Claudia Dadico; superintendente regional do Incra/SP, Sabrina Diniz; além de deputados, vereadores e representantes da Comissão Pastoral da Terra Regional São Paulo (CPT-SP), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e os bispos das Dioceses de Votuporanga e Jales.

O Acampamento Vale do Amanhecer existe há mais de uma década na estrada vicinal José Pinto Sobral, que liga Álvares Florence à Américo de Campos/SP, segundo à Comissão Pastoral da Terra Regional São Paulo (CPT-SP).

Em julho do ano passado, o local se tornou notícia na imprensa regional após dezenas de manifestantes seguirem em caminhada pacífica, carregando cartazes e entoando palavras de ordem contra a reintegração de posse da área do acampamento.

O estopim para o protesto foi a informação de que a Prefeitura de Álvares Florence teria pedido a desapropriação do acampamento. Uma vez que, dias antes, teriam sido notificados para que fizessem a limpeza e retirassem os materiais das barracas que estão desocupadas. A aglomeração foi acompanhada pela Polícia Militar e não houve informações sobre qualquer confronto ou desordem.

Segundo apurado, a ‘Fazenda dos Ingleses’ foi dada em concessão a uma companhia por 100 anos, contudo, o prazo venceu em 1996. Desde então a posse retornou à união, ou seja, ao governo federal. O movimento explica que a terra vem sendo alvo de grileiros, que são apoiados pelos prefeitos das cidades cujas terras fazem limite com a fazenda.

De acordo com o CPT-SP, a terra reivindicada é uma fazenda grilada por fazendeiros ligados ao agronegócio: “As tratativas serão realizadas para que possamos fazer deste grilo um assentamento que produza alimentos saudáveis e ajude a combater a carestia”, destacou o advogado Eduardo Cunha, em entrevista concedida em novembro de 2024.