Nomeado pelo Papa Francisco, Moacir Silva ocupa o cargo provisoriamente. Pedido de renúncia de Tomé Ferreira foi aceito pelo Papa Francisco e divulgado nesta quarta-feira (18) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O arcebispo de Ribeirão Preto/SP, Dom Moacir Silva, assumiu a administração da Diocese de São José do Rio Preto/SP provisoriamente após o bispo Dom Tomé Ferreira da Silva pedir renúncia depois que teve um vídeo íntimo vazado nas redes sociais.
Com a saída de Tomé Ferreira, o arcebispo foi nomeado para o cargo, de acordo com comunicado da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele assumiu na quarta-feira (18).
Em áudio publicado no site da Diocese, Moacir pediu orações por ele e também por Dom Tomé. “A partir de hoje, Dom Tomé se torna o bispo emérito de Rio Preto e eu, até a chegada do novo bispo, estarei à frente desta arquidiocese. Um grande abraço a todos. Peço a sua oração por Dom Tomé e também por mim”, disse.
A imprensa procurou a Diocese, que afirmou que não vai comentar o caso. A reportagem tentou contato com o bispo Tomé, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Histórico do novo arcebispo
Dom Moacir Silva nasceu no dia 16 de julho de 1954, em São José dos Campos/SP. Desde pequeno, acompanhava o avô na Conferência Nossa Senhora D Ajuda. Aos 9 anos, assim entrou na escola, assumiu os trabalhos vicentinos e passou a adolescência servindo como confrade.
Moacir cursou o ensino fundamental na Escola do Bom Retiro de São José dos Campos. Já o ensino médio fez no Seminário Diocesano Santo Antônio de Taubaté.
Entre 1980 e 1986, o religioso fez os cursos de filosofia e teologia. Ele foi ordenado sacerdote no dia 6 de dezembro de 1986. Anos depois, cursou pós-graduação em direito canônico e, em seguida, mestrado.
De 1986 até 2004, período em que exerceu o ministério sacerdotal, desempenhou as seguintes atividades na diocese de São José dos Campos:
- Vigário paroquial da Paróquia Catedral de São Dimas (1987-1988), em São José dos Campos;
- Pároco da Paróquia Coração de Jesus (1989-1992), em São José dos Campos;
- Pároco da Paróquia da Catedral de São Dimas, de 1993 até dezembro de 2004;
- Vigário Geral da Diocese de São José dos Campos de 27 de dezembro de 1992 a 1° de outubro de 2003;
- Administrador Diocesano da Diocese de São José dos Campos de 1° de dezembro de 2003 até dezembro de 2004.
- Juiz do Tribunal Interdiocesano de Aparecida de 1995 até novembro de 2004;
- Membro da Equipe de Formação dos Seminaristas da Teologia de 1987 até dezembro de 2004;
- Vice-reitor da Residência Teológica Padre Rodolfo de 1999 até dezembro de 2004.
Renúncia
A renúncia do bispo Tomé Ferreira da Silva ocorreu após um vídeo íntimo dele vazar nas redes sociais. As imagens, que mostram o religioso seminu e acariciando o órgão sexual em uma videochamada, viralizaram na última sexta-feira (13). Desde então, o bispo não se pronunciou sobre o caso.
Em setembro 2018, dom Tomé também renunciou ao cargo vinculado à CNBB de coordenador regional da Arquidiocese de Ribeirão Preto.
A renúncia ocorreu um mês após a TV TEM (filiada Rede Globo) revelar que o Vaticano investigava o bispo por suposta omissão em casos de abuso sexuais praticados por padres da diocese. O próprio Dom Tomé teria trocado mensagens de cunho sexual com um jovem na época.
Tomé, então, entregou o cargo de representante da sub-região da arquidiocese de Ribeirão Preto durante reunião com os bispos das dioceses de Barretos, Catanduva, Jales e Votuporanga, que estavam subordinados ao bispo de Rio Preto.
Ele foi eleito coordenador regional em 2015 para um mandato de quatro anos. Na época, o bispo de Barretos, dom Milton Kenan Júnior, assumiu o comando da regional no lugar de Tomé.
Também em 2018, a Igreja Católica enviou um representante a Rio Preto para uma investigação sigilosa de denúncias de abusos sexuais que teriam ocorrido na diocese, administrada pelo bispo Tomé Ferreira da Silva.
A apuração do Vaticano envolveu denúncias de uma suposta omissão de dom Tomé em relação às denúncias de abuso sexual praticado por padres.
O representante indicado pelo Vaticano foi dom José Negri, bispo da Diocese Santo Amaro e amigo pessoal do Papa Francisco.
*Informações/G1/TVTEM