Israel Vieira
Mais uma empresa que fecha as portas em Rio Preto. Mais nove chefes de famílias, sem sustentar seus filhos.
São sonhos que morrem, sucumbidos pela tal crise… mais um triste capítulo dessa moribunda economia, que jaz fora dos trilhos. Que triste constatar, que mais de 917 empresas já decretaram falência, só neste ano em nossa linda cidade… Assim, onde chegaremos? Onde vamos parar? Quantas empresas mais ainda perderemos?
É tanta gente morrendo, oportunidades perdidas, vidas interrompidas… É tanta gente perdendo seu sustento, é um desperdício de felicidade… um deserto comercial e econômico. É um tempo sombrio, um prejuízo astronômico. Uma nuvem negra, uma vida inteira de trabalho, jogada ao vento. Como o caso do restaurante Bambina, por exemplo: Mais de 50 anos de atividade, já era parte importante da nossa história, assim tantos outros. Sinto-me enlutado o tempo todo, toda vez que, ao caminhar pelo nosso calçadão… Vejo tantas portas de comércios, sujas, apagadas, pichadas e fechadas. É o sepultamento involuntário do trabalho árduo, de muitas pessoas honestas e trabalhadoras.
Muitos que por milhares de vezes saíram de suas casas, antes mesmo do sol. Só para cumprir seu papel de funcionamento, na engrenagem chamada por todos de vida…
Quantos valores trabalhadores ainda estão de cabeça erguida?
É a última hora, a derrocada fatal da formalidade, a esganadura letal da palavra ( oportunidade)
E o que mais ainda veremos? Quantas marcas fincadas com orgulho em nossa trajetória, tão brevemente enterraremos?
Bambina encerra suas atividades depois de 54 anos em Rio Preto
Conhecido pelo cardápio de frutos do mar, em especial pelo bacalhau
Da Redação
Instalado no coração do tradicional bairro da Redentora, o restaurante Bambina, com 54 anos de história na gastronomia rio-pretense, acaba de fechar as portas em definitivo. O motivo foi a crise econômica imposta pela pandemia de coronavírus que já dura cinco meses no Brasil e, que, em Rio Preto, ainda mantém os bares e restaurantes fechados em função de a cidade ainda permanecer na fase laranja do Plano São Paulo.
Conhecido pelo cardápio de frutos do mar, em especial pelo bacalhau, o empreendimento de mais de meio s[éculo de história encerrou as atividades depois de tentar o atendimento no formato de delivery. Em abril, quando a pandemia começava a ganhar corpo, essa foi a escolha da empresa, com o fechamento do salão.
Segundo a proprietária Claudia Silva Silva, até agora os nove funcionários eram mantidos registrados, mas, com o fechamento, foram dispensados. “Não está compensando nem com delivery. Um restaurante de 54 anos de história não existe mais”, disse.
O imóvel, um sobrado numa esquina nobre da rua Dr. Raul Silva, já se encontra disponível no mercado imobiliário.