Virando o Jogo: morador do Cecap II pede retomada do projeto 

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Virando o Jogo: morador do Cecap II pede retomada do projeto – Foto: Reprodução

Oliveira, voluntário da iniciativa formativa e social em 2014, comenta a falta que o projeto faz atualmente: “É triste ver o campinho abandonado, quebrado, principalmente para aquelas crianças e jovens que não têm condições de ir até o Mário Covas ou à Ferroviária para integrar alguma atividade.”


Jorge Honorio
jorgehonoriojornalista@gmail.com

O projeto formativo e social Virando o Jogo, mantido em 2014 pela Prefeitura de Votuporanga/SP, vinculado à Secretaria de Esportes, em parceria com empresas como a Facchini, deixou saudades para os moradores de bairros como o Cecap II. Ao Diário, o morador Oliveira, voluntário da iniciativa à época, contou com saudades e esperança a experiência vivida.

“Hoje a gente passa pela praça, o campinho está abandonado, bancos quebrados, alambrados destruídos, traves enferrujadas, é triste ver como em uma década tanta coisa pode mudar para pior. Quando funcionava o Virando o Jogo aqui, tudo era diferente, participavam crianças e jovens, praticavam esportes, havia diálogo, cuidado com as pessoas. A intenção era formar cidadãos, afastá-los do risco das drogas e principalmente integrá-los a sociedade”, conta Oliveira.

O projeto Virando o Jogo iniciou com uma proposta ousada, atender inicialmente 300 participantes de 7 a 17 anos, com a intenção de ultrapassar mais mil alunos em 10 escolinhas espalhadas pela cidade.

À época, ao Diário, o então secretário municipal de Esportes, José Ricardo Rodrigues da Cunha, Mineiro, na gestão de Júnior Marão, fez questão de explicar. “Até agora, não tínhamos na cidade este trabalho e estávamos perdendo o jogo. Por iniciativa do prefeito Junior Marão, hoje estamos tornando realidade. Esperamos que saiam daqui representantes do CAV (Clube Atlético Votuporanguense) e da Seleção Brasileira, se não se tornarem jogadores de futebol, queremos alcançar nosso objetivo maior, que é a formação de bons cidadãos.”

Atualmente, Oliveira caminha pelo campinho e relembra: “Alunos saíram daqui para participar de torneios regionais, como o Campeonato da AME [Associação Municipal de Esportes] e até do Campeonato Paulista das categorias de base, em parceria com o Votuporanguense. Já imaginou o quanto isso foi importante para um aluno daqueles, foi uma oportunidade de formação para a vida.”

Projeto Virando o Jogo no Complexo Esportivo Mario Covas, em 2014 – Foto: Arquivo

Perguntado sobre o funcionamento do projeto no bairro Cecap II, Oliveira explica: “Eu era voluntário, vinha sem receber nada em troca, vinha sabendo o bem que estava fazendo por aqueles jovens, e assim como eu havia outros também. Para mim, toda iniciativa que busque difundir o esporte e afastar crianças e jovens das drogas deve ser incentivada.”

“O que a gente pede é a volta desse projeto aqui para o bairro, a gente vê a necessidade. É complicado para as nossas crianças e jovens que não conseguem por exemplo seguir para grandes centros esportivos da nossa cidade, como o Complexo Esportivo Mário Covas e o campo do CSU (Centro Social Urbano), da Ferroviária, fica longe, fora de mão. A gente precisa trazer o esporte para o Cecap II também”, concluiu.

O projeto Virando o Jogo em Votuporanga possuía com o principal quesito para participação a regularidade da vida escolar e contava ainda com parcerias diversas, como da Polícia Militar, por meio do programa Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), que complementava junto do esporte o incentivo ao exercício da cidadania.