Sorte ou Azar?

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Muitos acreditam terem sido abençoados por terem sorte em todas as áreas da vida. Outros já repetem aquele velho ditado: “sorte no jogo e azar no amor”, e vice-versa, para justificarem benesses súbitas. Há, ainda, uma maioria que acredita ter nascido sem sorte e que o azar rodeia sua vida de todas as formas possíveis. Eu não acredito em azar!

Passamos a infância e a adolescência repetindo esse ditado e atribuindo ao universo o poder de conceder sorte ou azar a nós, meros mortais encarnados neste planeta de expiação. ‘Oh céus! Oh vida! Oh azar! já dizia o personagem do desenho da Hanna Barbera, a hiena Hardy, toda vez que seu parceiro Lippy, o leão, o otimista da dupla, inventava um plano mirabolante para terem sucesso em alguma área da vida, alguma empreitada. A hiena, com seu pessimismo avassalador, já dizia: “isso não vai dar certo”.

Para pensarmos nos dois personagens, precisamos entender quais são os seus arquétipos. Este é um conceito da psicologia utilizado para representar padrões de comportamento associados a um personagem ou papel social”. Entender isso é compreender o potencial de influência que cada pessoa, seu conjunto de crenças e seu comportamento tem de interferir nas interações que estabelece durante a vida.

Interessante pensar no arquétipo dessa hiena para, assim, compreendermos o potencial de nossas relações. A pessimista sempre estava jogando um balde de água fria nas ideias do leão. Independentemente da situação, como se previsse o futuro, já dizia: “isso não vai dar certo”. E claro, realmente nenhum dos planos lograva êxito, mas isso, a meu ver, tem muita lógica.

Ser otimista é difícil. Na realidade, o otimismo exige uma força hercúlea para se manter vivo. É preciso vencer crenças enraizadas por gerações, manter um esforço constante para mudar os padrões de comportamentos e superar adversidades diárias com foco no propósito. Sem dizer que, frequentemente, o otimista é chamado de sonhador por seus grupos, e de uma maneira quase pejorativa. Ora, não é fácil manter-se firme diante de tudo isso.

Agora, ser pessimista é fácil. Alega-se que é questão de raciocínio e lógica para compreender limitações da vida. Sob o pretexto de que nem tudo o que se quer é possível ter, “as hienas” vão podando o poder criativo, a força de ação, a capacidade de regeneração e as atitudes “dos leões”.

E você, quem é nas relações? Se você se vê como o leão da história, analise, com cuidado e com carinho, suas relações e suas interações. Veja se elas estão construindo um caminho benéfico. Por outro lado, veja se você não está sendo uma hiena, diminuindo e cerceando ideias e atitudes das pessoas à sua volta. Se perceber isso, mesmo que seja uma atitude inconsciente, procure ajuda.

Por fim, e diante de tudo o que foi divagado aqui, ninguém tem azar. Deus, em sua infinita sabedoria e bondade, não nos criou para sermos alvo de tempestades destruidoras, vindas dos céus para atrasar nosso desenvolvimento. O que temos são padrões de comportamentos que direcionam nossas escolhas e levam a consequências e resultados. A vida é pedagógica, e cabe a nós aprendermos com ela, alterarmos padrões e buscarmos rumos com mais “sorte”. Ahhh!!! Só para pensarmos com lógica: leões não andam com hienas.

 

Alexandra A.S. Fernandes: Graduada em Letras – Português/Espanhol pela UNIP. Pós-graduada em Metodologia de Ensino das Línguas Portuguesa e Espanhola pela UCAM. Autora do livro – Autismo – Ensinar aprendendo e aprender ensinando. Diretora Social e Acadêmica da ACILBRAS. Funcionária pública e Professora de Análise Linguística do Piconzé Anglo e HF Cursos Jurídicos. Escritora, Terapeuta Integrativa, Astróloga e Artesã.  Redes sociais: Instagram @profa_alexandra e @aora_terapias; Youtube Profa. Alexandra – Tirando dúvidas de português.