PARE DE AGRADECER AQUILO QUE NÃO É PARA VOCÊ…
Meditando sobre a história do filho pródigo, me veio a impressão de que por algumas vezes, aquele rapaz se alegrou e agradeceu quando chegava a lavagem.
Pode parecer absurdo, mas por escolhas nossas, acabamos nos acostumando e até agradecendo por coisas que não são para nós, agradecemos por lavagens também.
Como imagem e semelhança de Deus, como filhos de Deus, não podemos nos acostumar com os restos, e esquecer que na casa do pai existe fartura a minha espera, que me são de direito, é levantar e voltar para casa.
QUEM É A PESSOA QUE VOCE MAIS CONHECE?
Tendemos a responder que somos nós mesmo, seria ótimo, mas penso que preferimos não nos conhecermos.
Gente, sobriedade é exatamente a capacidade de se conhecer.
Veja então, se não existe um suposto desejo de ignorância de você, sobre você mesmo.
Isso acontece porque o saber trás junto, uma responsabilidade de ação.
Não deixe que o peso da cobrança que vem com o saber, iniba a sua disposição em saber.
Não perca tempo usando dessas muletas da ignorância, justamente por não querer descobrir sua capacidade de correr.
E FORAM FELIZES PARA SEMPRE…
Tenho a impressão de que você, como eu, já fomos… Vamos dizer assim… enganados com aquela frase final dos romances: “E foram felizes para sempre…”
Esse “sempre”, pode nos ter levado a convicção de que é possível ser feliz sempre, mas não é verdade, a própria felicidade é percebida porque houveram momentos difíceis.
A sociedade atual criou a informação rápida, fast food, a comida rápida, talvez tenha se incutido no incipiente coletivo, a ideia da “Fast Happiness”, ou seja, a felicidade rápida, mas ela não existe, precisa ser construída.
VOCÊ É A FAVOR DA INJUSTIÇA?
Seja sincero, você conhece alguém que se declare explicitamente a favor da injustiça?
É óbvio que não, mesmo os grandes injustos, vão se dizer sempre a favor da justiça.
Acontece que não existe injustiçados, se não houver injustos, a conta não bate, é o tal de pecado sem pecador.
É uma incoerência nossa, sempre nos vermos como vítimas, não concordamos com a injustiça, por medo de sofrer a injustiça, e não de comete-la.
Se estabelece em nós, uma convicção farisaica, de ser sempre o oprimido e quase sem perceber, se instala um desejo de vingança, e aí sim sutilmente, o suposto oprimido torna-se um verdadeiro opressor, por querer se vingar.
AHHH SE EU PUDESSE, AHHH SE EU SOUBESSE…
Penso que duas queixas perturbam a gente pela vida toda:
Primeira: ahhh se eu pudesse…
e a segunda: ahhh se eu soubesse…
A primeira normalmente a gente diz na nossa infância, na adolescência e até uma parte da vida adulta.
E o “ahhh se eu soubesse” normalmente vem na fase mais madura.
São duas frustações que seriam amenizadas, se a gente entendesse que nunca haverá o momento em que poderemos tudo, e muito menos aquele em que saberemos de tudo.
Por Carlinhos Marques
Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”
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