SOBRIEDADE JÁ 

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

SÍNDROME DE GABRIELA, NASCI ASSIM, VOU SER SEMPRE ASSIM

Temos características, que se formam pelas influências do meio, de pessoas de lugares, isso se chama hábito.

Mas é uma grande dificuldade mudar hábitos. 

É como se de uma hora para outra, nosso cérebro, tivesse que ler uma língua estranha.

Acontece que, essa estrutura de hábito, é o que forma a personalidade. 

Tá! Mas ela é imutável? 

Não, precisa de conversões, que é bem diferente de entrar numa igreja, declarar uma fé. 

É ler com sabedoria, as placas, que como no trânsito, são colocadas a nossa frente, e nos sugerem conversões a esquerda, à direita, ou seguir em frente. 

Então dizer: “Um dia eu faço, um dia paro de fumar, um dia volto para a igreja…” é muito vago, porque um dia, não existe. 

Me parece sim, mais uma forma indireta de dizer, eu não quero mudar, não quero mudar meus hábitos, nasci assim, vou morrer assim.

QUAL A RAZÃO DE SUA FÉ?

Saber expor nossas convicções, principalmente princípios religiosos faz toda a diferença. 

Veja isso: uma vez ouvi uma apresentadora de TV dizer que era tão católica, mas tão católica, que em uma outra encarnação deveria ter sido freira.

Qualquer católico sabe décor, que católicos acreditam em ressureição e não reencenação. 

Por desinformação não conseguimos justificar o que cremos, mas o amor a crença deve nos levar a um interesse pleno, se aprofundar nas doutrinas, nas escrituras. 

 São Pedro que afirma isso com todas as letras numa de suas cartas: “Estais prontos a responder a todos que vos pedir, a razão de vossa fé?”  

Infelizmente muitos que se dizem católicos ficam bem quietinhos quando alguns irmãos de uma outra religião toca sua campainha domingo de manhã, talvez por não estar pronto a responder a razão da sua fé.

QUEM É VOCÊ? 

Um ditado grego de mais de 500 anos antes de Cristo, é repetido até hoje por trazer um incomodo: “Conheça a ti mesmo.” 

Parece fácil, mas nos conhecemos muito pouco. Até já falei que penso que o juízo final terá muito dessa pergunta: “Quem é você?”  

E aí não adianta responder sou fulano, filho de sicrano, pai da fulana, trabalhei tal lugar, isso todo mundo sabe. 

Acontece que não nos conhecermos de verdade. 

A cultura da autoajuda, que entre outras coisas, quer aumentar nossa autoestima pode estar causando um autoengano. 

Tenta-se vender a ideia de que podemos tudo, que com pensamentos positivos atingimos tudo, somos invencíveis. 

Engano, somo limitados e responder corretamente quem somos, é listar nossos limites. 

Quem é você?  

Comece respondendo com tudo que você já identificou que precisar mudar.

FELIZ É ELE QUE É TODO BELO

Como somos insatisfeitos, seja diante do espelho, diante do guarda-roupa, diante do extrato do banco. É a tal mania de ver o que está faltando, sem olhar o que se tem. 

Aí eu lembro de uma estorinha de um urubu, que vivia todo deprê, se achava a ave mais feia que existe, lá de cima, olhava o pavão e morria de inveja: “Feliz é ele que é todo belo.”

Acontece que o pavão também era todo infeliz, dizia: “Que adianta ser belo, se não posso sair do chão, feliz é o urubu que voa nas alturas.” 

Um belo dia se encontraram e partilharam suas frustações, até que tiveram uma ideia: “Vamos nos juntar e criar descendentes que possam ser bonitos e voar alto.” 

Pois é nasceu o peru, que não voa e é feio. 

Reveja sua gratidão, ingratos normalmente são infelizes.

VALORES INVERTIDOS… 

Como a gente vive em uma inversão total de valores né? 

Você poderia definir, mas, para você mesmo, o que seria ser chique, ou o que seria uma pessoa bonita, ou elegante?  

Com certeza as definições vão girar em torno de um externo, de aparência. 

Ahhh o chique ou elegante é alguém bem vestido, alguém bonito é quem está dentro de um padrão de beleza, que aliás não sei quem estabeleceu esse padrão, mas que a gente segue e sem questionar. 

Mas vamos ser sincero: existe algo mais chique do que ser feliz, mais elegante do que ser honesto, mais bonito do que uma pessoa caridosa, uma pessoa grata?  

Se a gente conseguisse estabelecer esse padrão de beleza, de elegância, quanto mais velhos a gente seria mais chiques, mais belos, mais elegantes, sem grifes, e nem maquiagem nenhuma.          

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já” 

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