SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

O QUE VOCÊ DEIXOU DE TER PARA TER O QUE TEM?

Tenha certeza de uma coisa, a visão divina nos enxerga muito mais pelo que tivemos coragem de deixar pra trás.  Mais importante do que a gente tem, é o que deixamos pra trás, pra ter o que temos.

Vários personagens bíblicos deixam isso claro, desde Abraão, ou o jovem rico que não renunciou, Zaqueu, e o convite sincero de Jesus: “Quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz.”

Todos os apóstolos fizeram renúncias, mas Pedro é um exemplo sutil.

Quando Jesus se aproximou dele, ele não conseguia pegar peixes, era a hora de Jesus dizer: “Para com isso Pedro, larga esse barco e me segue.”

Não, Jesus proporcionou a Pedro, a maior pesca de sua vida, lhe deu abundância, depois sim fez o convite. Pedro não renunciou um barco vazio, e você já se perguntou qual nível de renúncia está disposto?

TEMPO NÃO É DINHEIRO

Fiz uma palestra na Fundação Casa, e comecei perguntando aos meninos, o que eles achavam que valeria mais, um real ou um segundo. Ficaram até meio em dúvida, mas quando eu aumentei a oferta para dez reais, todo mundo optou pelo dinheiro.

Talvez eles tenham sido movidos, por um inconsciente coletivo, disseminado por nós, mais adultos de que tempo é dinheiro.

Mas não é mesmo né?

Tempo é tempo, e dinheiro é dinheiro.

Podemos até ganhar dinheiro, mas tempo não se ganha, é errado dizer: “Ah preciso correr pra ganhar tempo.”

Negativo, todo mundo tem 24h por dia, para fazer suas escolhas, saldo nos bancos cada um tem o seu.

Com certeza você já viveu momentos em que, disse para você mesmo, ah isso não tem preço, sabe por quê?

Dinheiro remete a preço, tempo é valor, tempo é vida.

SOLTAR OS CACHORROS NÃO, SOLTE SEU HUMANO

Esses dias ouvi uma pessoa, quase em tom de soberba: “Ah não mexe comigo, que viro o bicho.”

Não seria melhor virar humano?

Mas ela expressou uma realidade, de um instinto que nós precisamos domar, um zoológico, que quer escapar a toda hora.

Mas com certeza, a verdadeira liberdade está em prender esses animais, e libertar seus valores, virtudes e sabedoria humana.

Virar o bicho, ou até como já ouvi também, “soltar os cachorros” é deixar nosso instinto animal arrastar nosso instinto humano.

E esses animais são bravos, se fugir da sua jaula, prende rápido, e deixa bem trancado, ou deixa ir embora de vez.

São Paulo resumiu essa revoltar do reino animal na vida dele também, disse: “Não faço o bem que quero, e faço o mal que não quero.”

Traduzindo… foi o eu animal que eu soltei que fez.

O ORGULHOSO NÃO É GRANDE, É INCHADO…

Veja a consequência que a Bíblia diz em provérbios sobre orgulho: “O orgulho precede a queda.”

Na literatura atual muitos títulos trazem a ideia de autovalorização, de superação, uma autossuficiência, que pode se transformar em orgulho, soberba, vaidade.

A emoção do orgulho pode ser positiva, até impulsionar nossa confiança, agora quando se transforma em arrogância em superioridade, ela quebra relacionamentos, empresas.

Santo Agostinho dizia que orgulho é a fonte de todos os vícios, e eu acho que ele também esconde incompetências que o orgulhoso prefere que fiquem escondidas.

E o pior, o orgulhoso nunca vai ser grato, ele acha que merece tudo, ele é inchado e não grande, parece grande, mas é doente, isso sim.

O orgulhoso é tão equivocado, que cria uma opinião sobre ele, e acha que os outros pensam igual ele, sobre ele.

FIZ ANIVERSÁRIO E DESTE UM ABRAÇO NOS MEUS

A tradição de dar presente no aniversário de alguém, vem do nascimento de Jesus, onde os reis magos levaram presentes para Ele.

Acontece que nós, além de darmos presente no aniversario das pessoas, damos também no Natal.

Mas o Natal é o aniversário de Jesus!

Por que abraçamos e presenteamos uns os outros?

Justamente porque vemos Jesus no outro, ou deveríamos ver.

Foi Jesus quem disse que devemos vê-Lo no outro. Lembra da passagem bíblica: “Estive preso me visitaste, estive com fome me deste de comer, nu e me vestistes.”

Ele só não disse, mas nós podemos intuir: “Fiz aniversário e me deste um abraço.” Acontece que nós, questionadores como os apóstolos talvez diríamos: “Mas mestre, quando foi que fizeste aniversário e eu te dei um abraço?”

Aí ele responderia com todas as letras: “Toda vez que deste a um dos meus, foi a mim que destes.”

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”

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