SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

LAVAGEM

Meditando sobre a parábola do filho pródigo, me veio a impressão de que por algumas vezes, aquele rapaz, ali sentado, com fome, se alegrou e até agradeceu quando chegava a lavagem.

Pode parecer absurdo, mas por escolhas nossas, acabamos nos acostumando e até agradecendo por coisas que não são para nós, agradecemos por lavagens também.

Como imagem e semelhante de Deus, como filhos de Deus, não podemos nos acostumar com os restos, e esquecer que na casa do Pai existe fartura a minha espera, que me são de direito, é ter a coragem de se levantar, se arrepender, e voltar para casa, existe uma festa te esperando, um Pai com saudade, e uma vida nova pela frente.

TER UM FILHO NÃO QUER DIZER QUE SEJA PAI

Já ouvi que não existe experiência mais gratificante, do que a de ser pai ou mãe.

Acontece que, junto, vem toda a responsabilidade que vai além do gerar.

Veja que para alguém, ser um médico ele estuda 6 a 7 anos, para ser um advogado 5 anos, um padre chega a mais de 10 anos, e passa a vida se formando.

E para ser pai?

Qual a faculdade capaz de formar?

Muitos porque tem filhos em casa, imaginam ser pai, negativo, é a mesma coisa pensar que por se ter um piano, na sala da sua casa, você é um pianista.

A relação tem que ser mais que biológica, tem que ser presença.

Então seja presente, para que esse descendente que você chama de meu filho, não carregue para o resto da vida o sentimento da sua ausência.

CARAS E COROA…

Com certeza quando julgamos alguma coisa pela aparência, as chances de erro são enormes, é um equívoco dar o valor a coroa, olhando somente a cara.

Porque estou usando aqui, cara e coroa, porque quero fazer uma analogia entre uma moeda e o ser humano.

Conforme a aparência acabamos olhando pessoas e pela cara damos o valor.

E esse é um grande equívoco.

As moedas têm cara e coroa sim, ou seja, cara e valor, mas na moeda tanto a cara como a coroa mudam uma para outra.

É o que acabamos fazendo com as pessoas, conforme a cara, damos o valor.

Então resumindo:  moedas tem caras diferentes e valores diferentes entre si, agora o ser humano tem caras diferentes sim, mas valores exatamente iguais.

HAPPY FAST, A FELICIDADE RÁPIDA

Tenho a impressão de que você como eu já fomos, vamos dizer assim, enganados com aquela frase nos finais dos romances: “E foram felizes para sempre.”

Esse sempre, pode nos ter levado a convicção de que é possível ser feliz sempre, mas não é verdade, a própria felicidade é percebida porque houve momentos difíceis.

A sociedade atual criou a informação rápida, o fast food, a comida rápida, talvez tenha se incutido no inconsciente coletivo, a ideia da “happy fast”, ou seja, a felicidade rápida, mas ela não existe, precisa ser construída.

O INTERESSADO É SEMPRE MAIS INTERESSANTE

Existe uma diferença grande entre o interessado e o interesseiro, a simples pronúncia de interessado já soa como uma virtude.

É aquele que quer aprender mais, então ele se interessa em estudar mais, aquele que quer subir de cargo na empresa, então ele se interessa e se dedica pelas coisas.

Agora já o interesseiro, parece que a própria palavra é mais pesada né?

Remete a ideia do aproveitador, do malandro.

O Padre Antônio Vieira tem uma definição interessante, diz: “Quem ama porque o amam, é alguém agradecido, quem ama para ser amado, é interesseiro, e quem ama independente dessas duas condições, ama de verdade.”

Vale uma olhadinha se estamos sendo mais interessados ou interesseiro, seja com coisas, circunstâncias ou pessoas.

Dê seu máximo para ser interessado, isso te fará alguém bem mais interessante.

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”

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