SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

INTELIGÊNCIA ATÉ PODE SER ARTIFICIAL, A SABEDORIA NÃO…

Uma novidade que aparentemente veio para ficar, é a Inteligência Artificial, lideranças mundo afora, estão preocupados com o avanço dessa tecnologia, que caso não for para o bem, vai fazer muitos estragos.

Olha, o homem pode até criar uma inteligência artificial, mas nunca criará uma sabedoria artificial. O artificial remete ao quase verdade né?

Como fogos artificiais é até bonito, mas é artificial, não é completo, agora a sabedoria é uma habilidade humana, inclui julgamento, inclui intuição e o mais importante, sabedoria é dom de Deus, um dos sete dons do Espírito Santo.

Tomara que a inteligência artificial faça a gente ser mais sábios, não só acumular conhecimento, mas usar o conhecimento de forma sábia.

Olha, a inteligência para ser notada, tem que ter palavras, por isso pode ser até artificial, agora sabedoria muitas vezes está no silêncio.

CARGA HORÁRIA? HORAS NUNCA SÃO UMA CARGA…

Esses dias numa entrevista de emprego, um rapaz, candidato à vaga me perguntou: “Qual vai ser a carga horária?”

Uma pergunta natural, mas sinceramente daquela vez, me soou meio estranho quando ele disse carga, “carga horária”, por que dizer que nossas horas são uma carga? Mesmo que seja trabalhando, dá a entender de cara que um terço da nossa vida, é vivida como uma obrigação pesada para se cumprir, como uma carga mesmo.

Veja, seja nas quarenta horas semanais que normalmente a gente trabalha, ou nas 24 horas do dia, o prazer em viver, com a leveza, deve ser visto a cada segundo como um presente divino, e fazê-la ser plena, sem achar que as horas são uma carga, mas principalmente com o objetivo de ter vivido plenamente cada segundo, porque caso não for, a vida não oferece hora extra.

MORRER OU ACABAR, VOCÊ ESCOLHE…

Tive a oportunidade de ficar uns 10 dias na China, e lá conheci um rio que se chama, Rio Amarelo, esse rio tem uma particularidade, uma diferença dos demais rios, o Rio Amarelo não desagua no mar, não morre no mar, ele acaba antes de chegar lá.

Estou citando esse rio, para passar uma convicção nossa, dos cristãos, da diferença que existe entre acabar e morrer.

Veja, esse rio acaba, não chega a se tornar mar, ele acaba antes, e nós?

Nós acabamos?

Não, nós morremos, e morrer na ótica cristã, como os outros rios, é se jogar no infinito, é tornar-se mar.

E aí, mesmo aquele rio todo poluído, sujo, se torna límpido, se junta ao azul do mar e se torna um só.

Então veja, o segredo para não se acabar e sim morrer, é não desistir no meio do caminho, é caminhar, desviar das pedras, passar por cima, mas nunca acabar, nunca parar, e um dia, se lançar sem medo nos braços do infinito, nos braços do Pai.

AINDA HOJE, QUEREM UMA RELIGIÃO SEM CRUZ

Uma fala que até passa despercebida durante a crucificação de Jesus, são os soldados zombando Dele, dizendo: “Se Vós sois o filho de Deus, então desça dessa cruz. Ora, a outros você salvou, salva-te a ti mesmo.”

O que eles queriam, aliás, tudo que o mal queria naquele momento, é que Jesus desistisse. Se Jesus abandonasse a cruz, talvez até nasceria ali uma religião, mas uma religião sem cruz.

Mas ele não desceu, porque Ele não estava ali para se salvar, mas para “nos” salvar, não estava para passar a lei, ou o testemunho do auto salvamento, mas a lei do amor, que enfrenta cruz, que sabe que as cruzes existem, mas que serão vencidas.

Cuidado com as religiões sem cruz, muito de nossas lutas nós perdemos, porque quando fica difícil, e alguém grita: “Desce da cruz, a gente desce.”

CUIDADO COM A FILA INDIANA

Tem um termo que a gente usa, quando se tem várias pessoas, um atrás do outro, “fila indiana”, não tenho bem certeza, mas me parece que esse nome é pelo costume dos índios que fazem rituais em filas.

Acontece que, nós acabamos entrando em filas indianas imaginárias, e seguimos, meio que no automático, até sem saber onde vai chegar.

E nessa fila imaginária que estou supondo, a gente acaba colocando uma mochila nas costas, com nossos defeitos, já que nas costas, a gente nem vê mesmo.

Mas o perigo, é que numa fila indiana eu vejo a mochila de quem está na minha frente, e a pessoa que está atrás de mim vê a minha mochila, e aí um só vê a carga de defeitos do outro, sem saber exatamente o que tem dentro, e qual o peso.

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já” 

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