SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

VERDE, MADURO E PODRE

É natural os pais se orgulharem ao ver a evolução dos filhos, começado a andar, falar, andar de bicicleta, fica até aquela disputa né?

Será que vai falar mamãe ou papai primeiro?

Acontece que nessa ânsia, muitos pais acabam forçando a barra, como?

As mães vestem as meninas como mocinhas, como adultas.

Já ouvi de acolhidos aqui na comunidade, dizerem que foram os pais que incentivaram eles a começarem a beber quando criança. Como que se isso fosse um salto de etapa para a maturidade, bebeu já é homem.

Olha, se a gente pegar duas laranjas, uma verde e outra madura, são duas laranjas, acontece que uma verde e outra madura, e isso faz toda a diferença, o amadurecer, aconteceu com o tempo.

Cuidado pais, ao tentarem amadurecer de forma precoce seus filhos, conheço alguns por aí, que ficaram podres.

O BEM É TIDO COMO RELATIVO, O MAL É EXATO…

Esses dias, um rapaz me pediu dinheiro na rua pra comer, e sinceramente nessas circunstâncias sempre fico me perguntando, será que estou fazendo o bem, dando dinheiro a alguém na rua?

Vem a dúvida, posso estar incentivando ser mendigo sempre, estou dando dinheiro para usar drogas, para beber.

Percebe como facilmente o bem fica sob suspeita?

Diferente do mal, que é bem mais absoluto, ou seja, o mal é mais exato, e o bem, mais relativo.

Isso está ligado à dificuldade que se tem, em admitir que existe sim, quem faz o bem, gratuitamente, no anonimato, mas sempre tem um senão: “Ah, tem alguma coisa por trás. Tem algum interesse aí.”

Olha, o mal é tão sutil na sua crueldade, e sua forma mais cruel, é a capacidade de colocar até o bem sob suspeita.

O DIREITO A FORÇA, OU A FORÇA DO DIREITO?

Está todo mundo assustado com o que é uma guerra.

Não sei se existe diferença na maldade entre as guerras durante o tempo.

Mas hoje o avanço da comunicação traz a guerra para dentro de casa, e somos obrigados a saber que crianças são mortas e expostas como troféu.

Como é difícil encontrar razão, onde um ser humano decide que o outro não deve existir mais né?

Lembro de uma frase do Einstein, ele disse que os homens fazem bombas, criam armas, para se destruírem, mas não dá para imaginar um grupo de ratos construindo uma ratoeira.

A estupidez da guerra expõe de forma ampla a ousadia do, teoricamente com mais força, eliminar o outro.

Ou seja: o direito a força sobressai sobre a força do direito, e qual direito?

O maior de todos, o direito de viver.

SEJA FEITA A TUA VONTADE, A ORAÇÃO MAIS DIFÍCIL

Normalmente, a gente associa oração a uma busca de conforto de paz, mas uma oração em particular, é no mínimo desafiadora, é quando a gente diz a Deus: “Seja feita a Tua vontade.”

Veja, se uma mãe tira uma faca das mãos de uma criança que está brincando, ela chora, quer a faca, como nós que choramos, quando Deus tira coisas que aparentemente nos são boas.

Você está sendo realmente sincero quando diz: “Seja feita a Tua vontade.”?

Dizer isso, é entregar o controle remoto nas mãos de Deus, e como numa TV, Deus pode mudar o canal, e aí, você está disposto a assistir o outro programa?

Dizer seja feita a Tua vontade, é abandonar o conforto do conhecido, e se entregar ao desconhecido, mas com a fé de quem acredita que esse desconhecido vem de quem te ama.

QUEM TE CONTOU A HISTÓRIA?

Se a família de um leão fosse contar sobre ele ter saído para caçar, e chegou com uma gazela nas garras, com certeza contaria com todo orgulho, sobre um vencedor.

Mas se a mesma história fosse contada pela família da gazela, seria terrível, dramática, e o leão seria um assassino imperdoável.

Percebe o quanto é importante quem está nos contanto as coisas, precisa ver se é a família do leão ou a família da gazela, isso não vai relativizar a verdade, mas dá chance da interpretação conforme o gosto, crença e o interesse de quem conta.

Uma afirmação bíblica confirma isso, e diz: “Infeliz do homem que acredita no homem.” Mas eu completo, feliz do homem que acredita em Jesus, Ele não só contou, mas viveu toda história, a história da nossa salvação.

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já” 

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