SOBRIEDADE JÁ

980
Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

PARA SUBIR TODO SANTO AJUDA

Os católicos têm uma tradição, às vezes é mal interpretada pelos protestantes, são as divergências que apareceram depois da reforma protestante, e uma delas é com relação a veneração aos santos.

Vamos entender essas duas palavras: santos e veneração. Segundo a Bíblia, santos são aqueles que vivem ou viveram de acordo com os ensinamentos de Cristo, logo, todo cristão é chamado a ser santo, e veneração é o respeito a consideração a reverência, que se dá aos que viveram assim.

Logo, a veneração aos santos, é tê-los como referência, até lhe sugiro, assista alguns filmes das vidas dos santos, os exemplos deles irão te impulsionar a ser um verdadeiro cristão.

Não abra mão da veneração aos santos, ao contrário do ditado que diz que: “Para descer todo santo ajuda.” Negativo, santos te ajudam ir para o alto, para o céu.

ALMA MOLE EM VIDA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE CURA.

A gente nunca está preparado para o fim dos momentos bons e muito menos para o começo dos momentos ruins.

Mas quantas histórias de pessoas que assumiram uma postura diferente, depois que passaram por dificuldades.

Quantas ONGs criadas depois que situações traumáticas, que surpreenderam as pessoas, mães que perderam filhos para as drogas hoje, trabalham com prevenção.

Famílias que perderam filhos em acidentes, ou assassinados, se juntam e salvam vidas, descobrem um potencial solidário que estava escondido, a dor foi um decantador desse processo.

O sofrimento, a dor, é o treino, ou melhor, a cura para alma, em Provérbios diz que o ouro e a prata são provados pelo fogo, e que é o Senhor que prova os corações.

Precisamos de uma leveza da alma para enfrentar um momento difícil, porque alma mole em vida dura, tanto bate até que cura.

HOMEM QUE É HOMEM, CHORA SIM.

O desafio para o sucesso a qualquer preço, tem feito as pessoas esconderem suas vulnerabilidades, esquecem que o humano tem limites, escondem seus limites para parecerem fortes.

Sei que é preciso coragem e autenticidade para se reconhecer pontos fracos, e tem uma frase de São Paulo, com um ar aparentemente contraditório, que diz: “Quando sou fraco aí é que sou forte.” É o reconhecimento do limite, abrimos espaço para Deus agir.

A busca da perfeição, pode custar caro pra saúde mental e emocional, enquanto admitir a fraqueza trás autoconhecimento, o reconhecer erros, até fortalece relacionamentos interpessoais, pessoas comuns se relacionam com pessoas comuns, que erram, e não com super-homens, facilita a criação de laços, pela empatia dos que se sentem iguais.

Bóra ser fortes o suficiente se permitindo ser fracos?

Pode crer, homem que é homem, chora sim.

A CONTRACULTURA NECESSÁRIA HOJE

Na década de 60, surgiu um movimento que influenciou toda uma geração, e ainda influência, na música, na cultura, no figurino, deu luz ao feminismo, foi o chamado de contracultura.

Basicamente, foi como que uma revolta ao modelo social, com suas regras.

Penso que estamos precisando de uma nova onda de contracultura, mas agora exatamente pelo motivo inverso, as pessoas correm das regras, a ideia de liberdade e direitos está criando uma equação que não fecha, só direitos e pouca obrigação.

Para se criar uma contracultura hoje, diferentemente dos anos 60, teríamos que criar uma conscientização de obrigações, em detrimento ao excesso de direitos, tá aí uma regra difícil de se inverter, não é?

Mas como já disse por aqui antes, a falta de regra é uma regra que precisa urgentemente ser revista.

QUANDO PUDE EU NÃO QUIS, QUANDO QUIS NÃO PUDE MAIS

Me impressionou quando estive na China, a pontualidade deles.

Se você compra uma passagem para 17h31, exatamente nesse horário chega o trem.  Aqui, temos uma cultura de marcar as 7h00 e começa 7h30.

Isso cria um hábito que passa para nosso inconsciente a ideia de deixar algumas cosias para depois, mas esse daqui a pouco, pode não acontecer, ou mesmo que aconteça, já se perdeu o time, aí vem a lamentação:  quando eu pude, eu não quis, e quando eu quis, não pude mais.

Oportunidades são pontuais, como um trem lá na China, passa, abre a porta, mas fecha logo, se não entrar, chega atrasado, ou nem chega na próxima estação.

Mas o problema fica grande, quando esse trem que você não entrou, é aquele que te levaria a uma verdadeira conversão, entra, ele está passando aí agora.

Por Carlinhos Marques

Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”

Informações

contato@novosinai.org.br

www.novosinai.org.br

@novosinai

@carlinhosmarques_novosinai