A EDUCAÇÃO MORAL
Se a gente perguntasse aos alunos de hoje, o que seria educação moral e cívica, penso que teriam dificuldades na resposta, e isso já foi matéria nas escolas.
Numa época politizada como agora, a educação cívica pode até ser vista como partidarismo tanto progressista ou conservador, agora a educação moral não dá pra relativizar conforme a época ou conforme o tipo de governo.
E infelizmente a consciência moral que a gente observa hoje é cada vez mais frágil.
A moral é um limite, e limite está cada vez mais em desuso.
Moral é o limite aceitável de acordo com a coerência, e não tem nada a ver com o olhar externo, medo de ser visto ou punido, e mesmo sendo algo pessoal, deve sim ser apresentado aos mais novos como opção à suas escolhas.
SEJA VIRGEM E POBRE
O convite de Jesus a sermos pobres, pode deixar pessoas com muitos bens materiais inseguros.
Mas a ideia de pobre é no sentido de estar vazio.
Como pode-se colocar algo, onde já está cheio?
A própria virgindade de Maria extrapola o físico e encontra uma mulher vazia de suas vontades dos seus planos e aberta aos planos de Deus.
Como você vai gravar suas músicas preferidas em um pen drive cheio? Tem estar virgem.
Da mesma forma, Deus não pode gravar suas digitais, suas vontades, se você tá entupido de você mesmo.
Como vai se encher do Espírito Santo quem já está transbordado de vaidade, de orgulho.
Tenha a ousadia de se esvaziar, de se tornar virgem das suas vontades.
Quanto a riqueza material, quanto ao dinheiro, cuide para que ele não te faça se achar autossuficiente.
SEUS ESTRANHOS ÍNTIMOS…
Nessas brincadeiras de amigo secreto, é impressionante na hora da entrega dos presentes o constrangimento para descrever seus amigos, o máximo que sai é: “Meu amigo é um cara legal, alto, magro, gordo.” E aí piora mais ainda né?
Esses são os nossos estranhos íntimos.
E normalmente estão muito perto de nós, são nossa família.
Num teste de intimidade, acho que a gente seria reprovado como filho.
Muitos veem os pais só como fonte onde se recebe, e passa a vida inteira sem conhecê-los, sem uma aproximação verdadeira.
Agora nossos pais nos conhecem, e vai chegar um momento, uma idade, que você e seus pais serão como irmãos, e no fim da vida você poderá ser o pai dos seus pais, e aí, corre o risco de não saber nada sobre esses seus novos filhos, velhinhos.
O POSSÍVEL MELHOR, E O MELHOR POSSÍVEL…
A forma como a gente responde, nem sempre as palavras expressam aquilo que a gente está sentindo.
Por exemplo. se alguém te pede algo e você diz: “Pode deixar, vou fazer o possível.” Esse possível pode estar ancorado na sua situação de momento, na sua visão de limite, ou pior, à sua disposição em não fazer.
Em muitos outros idiomas eles respondem diferente da gente sobre o nosso possível. eles dizem: “Pode deixar, vou fazer o meu melhor.”
Olha, isso é muito mais que a diferença de idioma, é uma disposição em ir além, é o desejo de ultrapassar o que você chama de possível, é transformar o seu possível melhor, no seu melhor possível.
Consegue perceber a diferença?
E aí? Tem dado seu melhor ou seu possível, cuidado para não diminuir seu melhor, chamando-o simplesmente de possível.
PESSOAS DÃO CONSERTO
Esses dias no final de uma entrevista me pediram que deixasse um conselho para os pais.
Acho que a resposta o surpreendeu, respondi: “Os pais hoje precisam frustrar mais seus filhos.”
O frustrar nesse caso, tem a ideia de desafiá-los, e não só apresentar a solução fácil e simples.
Veja, se seu filho pequeno está brincando com um carrinho e de repente quebra as rodinhas, e você diz: “Pode deixar filho, a mamãe, o papai te compram outro.”
Desculpa, mas você está contribuindo para torná-lo um inútil.
Convide-o para consertar o carrinho, passe a mensagem do reconstruir, do refazer, do consertar mesmo.
Nos países mais desenvolvidos os lixões, estão cada vez mais cheios de coisas úteis, que se aproveitam, isso pode estar passando à sociedade, a ideia de que pessoas também estragam, e que não tem conserto, o que não é verdade.
Por Carlinhos Marques
Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”
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