HÁBITOS E PERSONALIDADE
Temos características, que se formam pelas influências do meio, de pessoas, de lugares, isso se chama hábito.
E é uma baita dificuldade mudar hábitos, é como se, de uma hora para outra, nosso cérebro, tivesse que ler uma língua estranha.
Acontece que, essa estrutura de hábitos, é o que forma a personalidade.
Mas ela é imutável?
Não! Mas precisa de conversões, que é bem diferente de entrar numa igreja, declarar uma fé. É ler com sabedoria, as placas, que como no trânsito, são colocadas a nossa frente, e nos sugerem conversões à esquerda, à direita, ou seguir em frente.
Então dizer: um dia eu faço, um dia paro de fumar, um dia volto para a igreja, é muito vago, porque um dia, não existe, me parece sim; mais uma forma indireta de dizer: Eu não quero mudar, não quero mudar meus hábitos.
GRATIDÃO
Você já percebeu o quanto temos mais facilidade de perceber a falta, do que a presença?
Seja de pessoas ou de coisas. Isso faz com que a gratidão, seja pra nós, um sentimento de memória curta.
Uma vez ouvi um raciocínio sobre a possibilidade de termo hoje, somente o que tivemos ontem e agradecemos.
Será que teríamos ar, água, pessoas que a gente gosta?
Você agradeceu por tudo isso ontem?
É impressionante como a gratidão parece um peso, enquanto a vingança parece dar prazer.
Aí damos mais flores aos mortos do que para os vivos, talvez porque nosso remorso, tenha mais peso do que nossa gratidão.
SER, TER, APARENTAR
Lembro bem que meu avô tinha um comércio. Vendia a prazo e só anotava numa cadernetinha.
Isso mostra muito a confiança, porque era uma época, onde as pessoas tinham sim, uma preocupação em ser, no caso honesto, e isso explica uma fala muito comum, que tenta retratar o comportamento das pessoas hoje, que diz: “Antes as pessoas se preocupavam em ser, agora as pessoas só pensam em ter.”
Sinceramente, se hoje a gente se conformar com essa afirmação, estaremos nos limitando na análise da sociedade atual.
Infelizmente o ser, tem ficado cada vez mais esquecido, o ter, se for possível, se não der muito trabalho, vai atrás e se tem, nem que seja em infinitas prestações, mas pasmem. As gerações atuais estão simplesmente conformadas em aparentar.
TÔ NEM AÍ, TÔ NEM AÍ…
Não sei se vocês se lembram de uma música, que tem aquele tipo de refrão que gruda, e quase sem querer a gente se pega cantando…
Ela repetia assim: “tô nem aí, tô nem aí, pode ficar com seus problemas que eu não vou ouvir…”
Sei que ali na música pode ter um contexto diferente, mas essa postura egoísta, vai contra todos os princípios cristãos.
Se aquele samaritano chamado de bom, passasse diante daquela cena, e dissesse: “tô nem aí”?
E seja sincero: todos seus problemas foram resolvidos exclusivamente por você?
Ou você precisou dos outros para resolvê-los? E os problemas dos outros, também não precisam de nós?
A empatia pelo problema do outro, é a maior expressão de amor.
Aliás, talvez você pense que o oposto de amor seja o ódio. Mas não, o oposto do amor não é ódio, é a indiferença.
VAIDADE ESCONDIDA
Gente a vaidade é algo tão sútil nas pessoas, que ela pode estar escondida onde a gente menos imagina.
Sim, ela pode estar disfarçada em atitudes de bondade, de generosidade, de solidariedade.
E esse suposto amor ao próximo pode estar, muito mais na necessidade de auto afirmação, de afago no ego, na vaidade, mesmo.
E olha, a vaidade é diferente de orgulho, apesar que muitas vezes as pessoas usarem como a mesma coisa.
Não, orgulho é a opinião supostamente positiva, que nós temos sobre nós mesmo, agora vaidade, é a opinião positiva que nós queremos que os outros tenham de nós.
E me desculpe, mas quem gosta de alimentar sua vaidade e ser adulado, só merece mesmo conviver com a chatice dos aduladores.
Por Carlinhos Marques
Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”
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