SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

ANTES DE CRISTO E DEPOIS DE CRISTO…

E antes que o ano termine, vem mais um Natal, entre tantas coisas, me faz lembrar, da escola. A lição de que a história da humanidade foi dividia em duas, o antes de Cristo e depois de Cristo. Mas, infelizmente muita gente ainda vive, a era do antes de Cristo, para muitos o Cristo ainda não nasceu, talvez ainda esperem, ou ainda não prepararam nem um cantinho, uma estrebaria que seja, para que ele pudesse nascer.

E aí, muitas chances de Natal, desse Natal pessoal mesmo, tenha se perdido, motivo? O berço do seu coração já estar ocupado, aproveite o simbolismo do momento, e deixe Jesus nascer em você, e inaugure um novo tempo, e que você possa também, olhando sua vida, ver toda a diferença do antes de Cristo, e do depois de Cristo na sua história.

FURO NO BARCO

Se você está com sua família está num barco, e junto está o dono do barco, e ele do nada resolve fazer um furo, um buraco no barco, ele tem esse direito?

Até teria, afinal de contas o barco é dele. Acontece que, todos vão afundar com o barco, e podem morrer.

Estou dizendo isso, porque nenhum outro direito sobrepõe o direito à vida.

Mas existem convicções de alguns, de que podem tirar a vida do outro, e vou citar só dois casos: aborto e pena de morte, normalmente quem é a favor de um, é a favor do outro, com a ideia de se eliminar o indesejado.

Coincidência? Não, talvez os que defendem pena de morte, imaginam: “Ah! Se a mãe tivesse abortado.” E os que defendem o aborto talvez pensem: “Melhor matar agora, tem tudo para se tornar um bandido.”

Pense nisso: qual é o valor que você da realmente para a vida?

GUARDO OU DISTRIBUO

Veja esses dois exemplos e perceba a diferença de reação diante da mesma situação.

Imagine uma pessoa que passou muita fome na vida, principalmente quando criança, e depois, já adulto, tem uma vida estável, tem fartura.

Essa pessoa pode reagir de duas formas opostas diante dessa sua dispensa cheia.
Primeira, pode pensar assim: “Bom passei tanta fome na vida, vou guardar o máximo de comida possível, vai que um dia falte pra mim novamente.”

Ou pode agir assim: “Nossa passei tanta fome na vida, e vi o quanto é difícil não ter o que comer, vou ser solidário e tudo que for excesso para mim vou doar pra quem estiver precisando, passando fome, e ser solidaria.”

E solidariedade é capaz de suprir muitos vazios que estoques de comidas, e saldo bancários nenhum não conseguem preencher.

TIVE FOME E ME DESTE DE COMER, FIZ ANIVERSÁRIO E ME DESTE UM ABRAÇO…

A tradição de dar presente de aniversário, vem do nascimento de Jesus, os reis magos levaram presente pra Ele.

Agora nós, além de darmos presente no aniversário das pessoas, damos também no Natal.
Mas o Natal é o aniversário de Jesus? Por que abraçamos e presentamos uns os outros? Porque vemos Jesus no outro, ou pelo menos deveríamos ver.

Jesus disse que devemos vê-lo no outro. Lembra do: “Estive preso me visitaste, estive com fome me deste de comer, nu e me vestiste?” Por que não diria? “Fiz aniversário e me deste um abraço.”

E nós, questionadores como os apóstolos talvez diríamos: “Mas mestre, quando foi que fizeste aniversário e eu te dei um abraço?”

Ele vai te responder: “Toda vez que deste a um desses meus, foi a mim que destes.”

UNS VIVEM OUTROS SÓ EXISTEM…

Quem já não ouviu, ou até falou que a única certeza que a gente tem é a morte, então morrer é inevitável, viver não.

Parece estranho, mas existem os que renunciam a vida, e não estou aqui falando de suicídio, mas pelas opções feitas, definitivamente morrer é mais fácil do que viver.

O próprio suicida não quer morrer, ele quer viver de outra forma, e não consegue.

Viver, tem a ver com conviver, seja conviver com outras pessoas, ou seja, com a gente mesmo.

E a exigência de vivermos como achamos que deveríamos, e nem sempre conseguindo, e o desejo que os outros vivam como nós gostaríamos que vivessem, é uma das formas mais cansativas de se existir.

Por isso que pessoas assim não vivem, pessoas assim apenas existem.

Por Carlinhos Marques
Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”

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