CANTAR E VOAR
Quando era criança, tinha vários passarinhos de estimação em gaiolas, aqueles canários da terra, que hoje é até proibido ter preso, e também os canários do reino, que tem um canto lindo.
Pois é, mas ainda criança alguém me falou: “Como pode esse canário preso passar o dia todo cantando, se você tivesse preso você viveria cantando também?”
Pergunta óbvia, mas intrigante, e aos poucos deixei de ter os canários.
Hoje pensando nisso me fez perceber que nem toda aparência de felicidade é felicidade.
Pássaros cantam e voam, o cantar pode até ser só uma expressão de tristeza, agora o voo é sempre liberdade.
O ideal pra nós, seria cantar voando, ou até voar cantando.
Sempre preferindo a liberdade, sempre voando, porque nem todo canto é alegria, mas todo voo é liberdade.
E FORAM FELIZES PARA SEMPRE…
“E foram felizes para sempre…”
Acho que você também já foi, vamos dizer enganado com essa frase no final de algum filme, livro, ou nas estorinhas da vovó.
Isso pode ter colocado no nosso inconsciente, a ideia de que tudo termina bem, que no final a história sempre terá um final feliz.
É um erro imaginar que tudo termina bem, nem sempre tudo vai dar certo, e o segredo é conviver com a adversidade.
E olha, admitir que se perde, sim, é uma forma de se perder o medo de perder.
Além de ser uma forma eficiente de se saber o que se precisa, perdendo, se percebe que o tanto que se precisava.
A vida é um jogo e sinceramente se dá bem melhor nesse jogo quem sabe perder, do quem só sabe ganhar.
O PAI NOSSO
Quando os apóstolos pediram a Jesus, que os ensinassem a rezar, Ele disse: “Pai nosso, que estais no céu… santificado seja vosso nome vem a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu…
o pão nosso, de cada dia nos dai hoje…
perdoai as nossas ofensas…
assim como nós perdoamos…
e não nos deixeis cair tentação…
mas livrai-nos, do mal…”
Veja que dei ênfase a sete pronomes pessoais, nós e nossos.
São sete afirmações coletivas, onde a gente não pede só para nós, mas pra todos, o pão para todos, o reino pra nós, o perdão pra todos, que livres todos do mal.
E o interessante, é que para o judeu 7, é o número da perfeição, e Jesus usou 7 vezes esse pronome, pra dizer que nada faz sentido… sozinho.
TOMAR DECISÃO…
Um empresário muito cansado, resolveu passar uns dias na fazenda de um amigo, disposto a fazer qualquer atividade que o administrador passasse.
O administrador lembrou um monte de esterco que deveria ser espalhado, trabalho para uns 5 dias.
E não é que em um dia ele espalhou tudo…
Admirado o administrador pediu que ele separasse um lote laranjas por tamanho, serviço para um dia.
Passaram dois, três dias e nada, não tinha terminado. Intrigado o administrador foi acompanhar o serviço, e viu que ele pegava uma laranja e ficava na dúvida: Essa é grande, não, parece que é media, ou seria grande.
Pois é! É mais fácil espalhar estrumes por aí, do que tomar decisão.
Veja! Não precisa muita força pra fazer as coisas, mas é preciso força pra decidir que coisa fazer.
VINGANÇA…
Conhecem a estória do rapaz que se sentiu injustiçado pelo patrão que lhe havia demitido, e saindo pela rua encontrou um anjo que disse: “Sei de sua dor e estou aqui para lhe realizar um desejo, mas lembre-se, darei o dobro do que me pedir, para quem o seu coração estiver com mais ódio.”
Lógico seria seu ex patrão. Pensou em pedir um milhão dólares. Mas o ex patrão ganharia 2 milhões, uma mansão, ele ganharia 2 mansões. Pediu um dia para pensar, e voltou convicto no outro dia, pediu ao anjo: “Quero que fure um dos meus olhos.”
Deixando a fantasia da estória de lado, quantas vezes nosso instinto de vingança, nos deixa cegos?
Pense bem, como já diziam, antes de sair pra fazer uma vingança, é bom deixar duas covas prontas, você vai morrer um pouquinho também.
Por Carlinhos Marques
Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”
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