SE NÃO FAZ PAMONHA, FEZ O MUNDO
Lembro que, quando criança, a gente se juntava na casa do meu avô para fazer pamonha. Era um ritual: colhíamos o milho, descascávamos, ralávamos, fervíamos a água e, ao final da tarde, lá estava a pamonha pronta. Agora, imagine essa situação: um caminhão carregado de milho verde bate em outro, carregado de açúcar, leite e água. Tudo se mistura e, dali, sai pamonha. É possível? Ora, tem todos os ingredientes, mas o acaso não pode juntar tudo e fazer a pamonha. Acredito que a mesma lógica se aplica à criação do mundo. A ideia de que tudo surgiu do acaso, sem um poder que organizasse cada átomo e cada molécula, é, para mim, absurda. Como Deus criou tudo? Se foi por uma explosão, evolução, não sei. Mas, como católico, rezo e creio em um Deus todo-poderoso, criador do céu e da terra. Pensar diferente disso é, de certa forma, ser “pamonha” na fé.
NÃO COMETA ADULTÉRIO
Tinha um senhor que vendia leite aqui na cidade, e as más línguas diziam que ele misturava água no leite. Pois é, nosso leiteiro adulterava o leite. Existe um mandamento que diz: “não cometerás adultério”. Acontece que, muitas vezes, remetemos automaticamente isso apenas à sexualidade, mas adulterar é algo mais amplo; é mudar a essência. Você deve estar lembrando da mulher pega em adultério que a Bíblia menciona. Se olharmos com mais atenção à cena, perceberemos que o homem que estava com ela também cometeu adultério. Ambos erraram, mas ela era a prostituta conhecida, enquanto ele era visto como o esposo, o fiel, o pai exemplar. No entanto, ele adulterou sua própria essência. A verdade é que cometemos adultérios quando alteramos em nós e nos outros a essência que Deus criou.
NEM TODO LIXO É RECICLÁVEL
Cuidado ao imaginar que todo lixo pode ser reciclado e começar a acumular mais lixo dentro de você. Tenho que te dizer uma coisa: nem todo lixo é reciclável; há lixo que é tóxico e precisa ser descartado para sempre. É quase inevitável criarmos nossos lixos e receber lixo dos outros, mas manter esse lixo armazenado dentro de nós, cheirando mal, é uma decisão. Talvez você esteja pensando: “Mas e o lixo que dá para reciclar, como faço?” Vou te passar um “produto” que recicla a maioria dos lixos que temos dentro de nós: chama-se perdão. Esse produto é tão poderoso que, ao aplicá-lo ao seu lixo de mágoa e ressentimento, ele transforma tudo. Faça assim: se dá para reciclar, recicle; se não dá, enterre bem fundo.
NEM TODA REGRA TEM SUA EXCEÇÃO
As regras são algo comum, com a intenção e o propósito de organizar uma instituição, até mesmo a própria sociedade. Mas quem elabora as regras? São homens, que podem ser guiados por seus interesses, fazendo com que uma regra perca sua real função. Portanto, nem todas as regras, mesmo que obedecidas, são verdadeiras. Mas guarde isso: a verdade, sim, é uma regra que deve ser obedecida. Uma regra pode ser questionada, mas a verdade nunca. Se você tiver que elaborar alguma regra, seja verdadeiro e pergunte a si mesmo: “Eu teria condição de cumprir essa regra?” Se não puder, estará criando a exceção da sua própria regra. Jesus disse: “Eu sou a verdade”, e a única regra que Ele deixou foi cumprida com amor até as últimas consequências. Estar fora da regra do amor é criar a exceção de uma regra feita por aquele que é a verdade.
O MONOPÓLIO DA VERDADE
Na economia, o monopólio é proibido, pois impede a concorrência, algo saudável. Contudo, existem pessoas ou grupos que acreditam ter o monopólio sobre a verdade. Isso se agrava quando, além de acreditarem serem os donos da verdade, possuem o monopólio da informação. Isso resulta em uma tragédia, pois espalham suas supostas verdades, que se tornam um consenso, criando uma conformidade intelectual onde vozes e ideias diferentes são sufocadas. Essas informações distorcidas ou falsas, uma vez disseminadas, facilitam a manipulação de um grupo sobre outro. De acordo com esse raciocínio, devemos questionar toda informação? Sim, exceto uma: a informação da verdade que vem daquele que é o caminho, a verdade e a vida. Ele, sim, tem o monopólio da verdade; pode acreditar.
Por Carlinhos Marques
Presidente Fundador do INSTITUTO NOVO SINAI, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”
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