SOBRIEDADE JÁ

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

MORRER OU ACABAR?

Tive a oportunidade de ficar 10 dias na China, e lá conheci um rio que se chama Rio Amarelo. Esse rio tem uma diferença dos demais, o Rio Amarelo não desagua no mar, não morre no mar, ele acaba antes.

Estou te falando sobre esse rio, para te passar uma convicção cristã da diferença entre acabar e morrer.

Veja! Esse rio acaba, não chega a se tornar mar.

E nós, acabamos?

Não! Nós morremos. E morrer na ótica cristã, é se jogar no infinito, é tornar-se mar, e mesmo o rio poluído, sujo, se torna límpido, se torna aquele azul todo.

Então, o segredo para não se acabar, e sim morrer, é não desistir no meio do caminho. É caminhar e se lançar sem medo nos braços do Pai.

NO QUE CRER, O QUE QUERER E O QUE FAZER

Existe uma afirmação de São Tomás de Aquino sobre as três coisas fundamentais para a salvação do homem.

Primeira: “No que se deve crer.” Parece simples, mas não é. Ainda mais numa época como a nossa, muita informação falsa, muitos líderes falsos, nos confundem no que crer.

Segundo: “O que se deve querer.” Me parece que até falei sobre isso, um dia desses, nosso querer passa por cima do nosso precisar, e somos traídos por querer o que não é tão necessário.

E por fim, o terceiro: “O que fazer.” E o fazer está intimamente ligado ao querer, acabamos fazendo o que queremos mais do que precisamos.

Mas o próprio São Tomás, responde com toda sua sabedoria:

“Devemos crer em Deus!”

“Devemos querer a vida eterna.”

E fazer! Ah… “fazer sempre o bem.”

O QUE VOCE FAZ COM O QUE FAZEM COM VOCE?

Imagina essas três coisas colocadas sob o efeito de água quente: o ovo, a cenoura e o café.

O ovo é mole, quando ferve na água quente ele endurece.

A cenoura é dura, quando sofre o efeito da água quente quase se derrete de mole.

O café… Ah o café é diferente. O café transforma a água.

Os nossos desafios, os nossos problemas, são a água quente.

Muitos pagam de durões né? Mas diante do problema, se derretem todo.

Outros, mole, mas diante da adversidade da água quente se tornam duros, insensíveis.

E o café? Ah o café, transforma a água

Você olha pra aquela água, e não vê mais água quente, vê café quente, então depende exclusivamente do que você é, para transformar a sua água quente, num saboroso café.

SER OU ESTAR?

Quando digo: Está, automaticamente crio um sentimento provisório, de passageiro, de temporal.

Agora quando eu afirmo ser, dou ares de definitivo para a questão. Se digo fulano é doente, soa muito diferente do que dizer que fulano está doente.

E usar demais o verbo ser do que estar, pode expressar uma falta de confiança na superação.

Lembra o Japão arrasado por duas bombas atômicas? Imaginem a crise, mas ninguém poderia dizer o Japão é uma crise, mas sim, está vivendo uma crise.

Então se encontrar uma fila com pessoas em crise, chorando, faça qualquer outra coisa, mas não entre na fila pra chorar também, muito menos vender lenços.

Entre para irradiar otimismo, convicção de que tudo passa, leve fé, ela é a virtude que te faz alcançar todas as outras.

SORTE USE COM MODERAÇÃO

São poucas circunstâncias que a gente pode dizer: Nossa, que sorte!

Imagina alguém que estudou a vida inteira, pra um concurso, ele passa, e você diz, que sorte, nas entrelinhas é no mínimo, uma indiferença ao esforço feito.

Agora se alguém compra um bilhete de loteria e ganha, é só sorte!

Vejo pessoas chegarem pra um músico e dizer: “Nossa você tem uma facilidade pra tocar esse instrumento né?”

Mal sabe ela, quantas horas de estudo, quantas renúncias que foram necessárias.

Então cuidado! Até na hora que você chega e diz para o outro: “Boa sorte!”

Você corre o risco de minimizar o esforço dele, ou deixa-lo acomodado, esperando a sorte que você desejou.

E definitivamente, dar certo não tem nada a ver com sorte, muito menos o dar errado tem a ver com azar.

Por Carlinhos Marques
Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já”

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