SOBRIEDADE JÁ 

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Carlinhos Marques - Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai

MORRER OU ACABAR, VOCÊ ESCOLHE 

Uns anos atrás, tive a oportunidade de ficar 10 dias na China, conheci muita coisa lá, mas me chamou atenção um rio, e ele se chama, Rio Amarelo.  

Esse rio tem uma particularidade, uma diferença dos demais rios, o Rio Amarelo não desagua no mar, não morre no mar, ele acaba antes de chegar lá. 

E aí observando esse rio, fiz um paralelo com nossa convicção cristã, e na diferença enorme que existe entre acabar e morrer. 

Veja, o tal Rio Amarelo acaba, não chega a se tornar mar, acaba antes, e nós, nós acabamos também?  

Não, nós morremos, e morrer na ótica cristã, como os outros rios, é se jogar no infinito, é tornar-se mar. 

E aí, mesmo aquele rio todo poluído, sujo, se torna límpido, se junta ao azul do mar e se torna um só. 

Que perfeito isso né?  

Logo devemos viver para morrer e não acabar.  

Só morre no mar o rio que não desiste no meio do caminho, que desvia das pedras, não para, e um dia vai se lançar sem medo nos braços do infinito, nos braços do Pai.  

DEIXA A MAMÃE DAR UM BEIJINHO QUE SARA

Nasce uma criança, nasce uma mãe.  

Existia uma mulher, mas ainda não existia a mãe, e na primeira oportunidade de expressar amor a mãe dá um beijo. 

A partir desse primeiro beijo, todos os outros terão seus efeitos.  

Estou dizendo isso, porque ouvi esses dias uma mãe dizendo de forma instintiva pro filho que tinha caído: “Vem aqui, deixa a mamãe dar um beijinho que sara.” 

O efeito do tocar dos lábios da mãe, como que em osmose, transmite amor, dá segurança, e até cura. 

Nas estórias infantis, beijo já acordou a bela adormecida, transformou sapo em príncipe, mas foi também um beijo que Judas entregou Jesus. 

Cuidado como você beija, e quem te beija.  

Beijo até cura, mas depende como vem, e de quem vem.

DOAR E PERDOAR

Na língua portuguesa existem palavras que a gente não presta muita atenção, mas na sua formação já existe uma mensagem implícita, a própria palavra em si, já é uma mensagem. 

Veja por exemplo a preposição “per”.  Isso: Pê, E, erre. 

Isso na frente de uma palavra, indica algo que antecede, seria um prefixo. 

Pode estar parecendo complicado, mas segura aí vou te explicar. 

Veja a diferença quando se diz: “Feito” e quando a gente diz: “Perfeito”, é o fazer bem, sem comentários, seguir e perseguir. 

Mas quando eu digo que alguém não ama, essa pessoa é egoísta, ela quer tudo para si, ela não pensa nunca em doar. 

Agora quando alguém ama de verdade ela se doa, e se colocarmos o per na frente da palavra doar, temos o aí o mais alto nível da expressão do amor, perdoar.

CUIDE, COMO O PAI DE VERDADE PEDIU 

É comum eu ouvir aqui no Instituto, de pais decepcionados com seus filhos e que deixam escapar aquele: “Onde foi que eu errei?” 

 Pensando sobre isso, me veio a lembrança de Adão e Eva, acho até que a Dona Eva e o Sr. Adão se perguntaram também: “Onde foi que nós erramos?” 

Afinal, tiveram dois filhos, um matou o outro e de repente eram pais de um filho morto, e um outro assassino. 

Natural então D. Eva chorando dizer a Sr. Adão: “Onde foi que erramos?” 

É a mesma pergunta de muitos pais hoje, e olha, penso que a resposta também seja a mesma. 

Pais erram, quando desobedecem a vontade divina.  

Pais, seus filhos estão cedidos temporariamente para que vocês, cuide dele, mas cuide como o verdadeiro Pai deles pediu a vocês.

DENTE POR DENTE, E TODOS SERÃO BANGUELAS 

O senso de justiça humano é automático para a vingança né? 

E aí a corrente não quebra nunca. 

É o dente por dente olho por olho, que acaba deixando todo mundo banguela e cego. 

Antigamente era mais comum a vingança física né?  

Bateu levou, matou morre, hoje é mais sutil, as redes sociais viraram máquinas de destruir reputações. 

As vezes só de imaginar que o outro está sendo bom, pronto, se liga o radar da inveja da maioria. 

A palavra de Deus nos convida a ter um coração puro, e o que é um coração puro?  

É principalmente ser livre da mágoa, da falta de perdão, da vingança. 

Vale observar se o suposto sucesso do outro não está te incomodando, mais que seu próprio fracasso.

Por Carlinhos Marques 

Presidente Fundador da Comunidade Terapêutica Novo Sinai, que acolhe dependentes químicos desde 2005 de forma voluntária e gratuita, idealizador do projeto “Sobriedade Já” 

Informações

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