Essa pergunta é quase um clichê. A palavra “sentido” tem vários significados e classificações que perpassam do substantivo à interjeição. Neste texto, vamos pensar no sentido do direcionamento. Sendo assim, a pergunta inicial é “qual é o seu sentido?”
Porém, para falar em sentido, temos que abordar um outro assunto muito em alta nas redes sociais. Vemos, constantemente, influenciadores de todo tipo, em vídeos motivacionais, fomentando a ideia de que “você deve alcançar a sua melhor versão”. Ora, como essa frase é subjetiva. Assim o é, pois traz uma compreensão do TER sobre o SER.
O termo “versão” é algo que pertence ao domínio da consciência, é algo peculiar e próprio de cada ser humano. Torna-se ainda mais profundo quando ampliamos essa concepção e lembramo-nos que somos moldados desde a primeira infância para seguir caminhos (ou sentidos) ensinados como os mais benéficos e desejados.
Então, o que vivemos é uma mentira??? A nossa busca é irreal e não reflete nosso verdadeiro estado de espírito e nossos desejos??? A vida é uma imensa roda de hamster na qual corremos e não chegamos a lugar algum???
A resposta para esses e outros questionamentos que deles vieram é: DEPENDE.
Tudo depende do quanto você se conhece e é fiel aos seus princípios e valores. Depende do quanto você está disposto a ousar em prol daquilo que você reconhece como sendo sua verdadeira essência. Depende do rumo e das escolhas que você dá a cada movimento. Depende de onde você quer chegar e o porquê.
E, como a vida é um eterno aprendizado, novas questões podem surgir em meio a essas respostas. Você está perseguindo qual propósito? Você está buscando algo que trará satisfação verdadeira ou está atrás de algo que é valorizado pela sociedade?
Perceba que a cada pergunta, respostas surgem e geram novas perguntas. Essa é a base da filosofia. E não, não é demais questionar-se e fazer o mesmo com tudo o que te motivou até aqui. Não há conhecimento, sem questionamento. Não há autoconhecimento, sem autorreflexão.
O ponto focal de tudo é: o sentido. Para saber qual é o seu sentido, você deve senti-lo. Se para uns alcançar o sucesso profissional através de cursos, de formações e de notoriedade é importante, para outros o simples servir, cuidar e acalentar a família (ou a si) já é o sentido da vida. Devemos, portanto, eliminar estereótipos condicionantes de propósitos maiores. Cabe a cada um perceber o que faz sentido para si e viver, com fidelidade, essa escolha.
Vários livros, inúmeros cursos, infindáveis mentorias, motivação extenuante e esforço hercúleo de nada servem se você não se conhecer a ponto de saber o direcionamento e o ponto final desse trajeto.
Perceba que a roda do hamster citada no início do texto está ligada, diretamente, ao fato de que você não está sendo fiel a você, mas sim seguindo o destino alheio perfeito.
Compreenda que a busca incessante pelo sentido da vida está em não se conhecer verdadeiramente a ponto de declinar aquilo que, de fato, aqueça seu coração, garanta sua satisfação e traga felicidade.
“Todo sentido da vida tem um motivo, mas nem toda motivação tem sentido… (Celio Cesar)
Alexandra A.S. Fernandes: Graduada em Letras – Português/Espanhol pela UNIP. Pós-graduada em Metodologia de Ensino das Línguas Portuguesa e Espanhola pela UCAM. Autora do livro – Autismo – Ensinar aprendendo e aprender ensinando. Diretora Social e Acadêmica da ACILBRAS. Funcionária pública e Professora de Análise Linguística do PICONZÉ Anglo e HF Cursos Jurídicos. Escritora, Terapeuta Integrativa, Astróloga e Artesã. Redes sociais: Instagram @profa_alexandra e @aora_terapias; Youtube Profa. Alexandra – Tirando dúvidas de português.