Quando pensamos na vida, a tendência é de lembrarmo-nos de todas as faltas e deslizes que fizemos ou que fizeram a nós. Assim é a vida. Estamos aqui para aprender e lapidar nossos impulsos mais sombrios em direção à luz.
O conceito de luz e sombra nos traz a dimensão das crenças que criamos em torno do que seria louvável na caminhada da vida. Imaginamos a sombra como algo perverso e a luz como a sabedoria divina. Temos consciência disso.
O consciente traz, ainda que não nos dermos conta disso, a noção do certo e errado, das boas e más escolhas, das boas e más companhias, do bom e mau caminho, conforme nosso aprendizado. Então por que é tão difícil acertar sempre?
Sentimo-nos enganados quando alguém age de maneira sorrateira conosco. Ficamos ultrajados quando a notícia de um ato ardiloso ocorre. Prostamos abismados quando outros enfrentam aquilo que acreditamos, ainda que o fato seja crível e verídico. E por quê?
Porque é difícil enfrentar o nosso ego e sair da zona de conforto. Sim! Acalentar nosso ego nos coloca em posição confortável e favorável. Tendemos, portanto, ainda que saibamos que há prejuízo visível, a permanecermos inertes e blindarmos nosso ego.
Enfrentar nosso “eu” nos coloca em situação de dor e conflito. Não é nada fácil confrontarmos nossas crenças enraizadas e ampliarmos a visão sobre tudo que nos cerca.
O ego, para a psicologia, está relacionado à personalidade humana. As experiências da vida que vão formando nosso caráter, crenças, valores e nossa forma de agir no mundo. Tudo é baseado no ego, no eu.
Por outro lado, é através do ego que mediamos as nossas relações ou sentimo-nos mais adequados em algum lugar ou grupo. Não porque aquele seja o melhor, mas sim porque está mais diretamente adequado ao nosso lado da história e corrobora nossa percepção de vida.
Perceba, portanto, que o ego exacerbado é que nos coloca em posição de superioridade e arrogância diante da vida. Ele, em essência, faz parte da psique humana, mas quando extrapola os limites da razão e imputa seus valores como sendo superiores aos dos outros, aí sim há uma questão de “personalidade forte ou ego inflado”.
Por seus frutos os conhecereis (Mateus 7:16). Esse versículo deve ser analisado sob a ótica da metáfora. Todos nós produzimos frutos que podem ser amargos ou doces. Esses frutos são nossas palavras, ações e reações diante das relações e, porque não dizer, do nosso caminho na estrada da vida.
A observação sistemática dos rastros deixados por você até aqui pode dar uma ideia sobre que frutos está deixando pelo caminho. Isso pode ser medido por meio de reflexão sobre todas as interações que teve e da constatação dos resultados obtidos. Se eles não forem bons ou adequados àquilo que se esperava, cabe a cada um de nós cuidarmos dos nossos pensamentos, dos nossos padrões e das nossas energias.
E se, após refletir sobre o seu caminho até aqui, os frutos não forem tão doces, não se preocupe, há sempre tempo de recomeçar.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. (Chico Xavier)
Alexandra A.S. Fernandes: Graduada em Letras – Português/Espanhol pela UNIP. Pós-graduada em Metodologia de Ensino das Línguas Portuguesa e Espanhola pela UCAM. Autora do livro – Autismo – Ensinar aprendendo e aprender ensinando. Diretora Social e Acadêmica da ACILBRAS. Funcionária pública e Professora de Análise Linguística do Piconzé Anglo e HF Cursos Jurídicos. Escritora, Terapeuta Integrativa, Astróloga e Artesã. Redes sociais: Instagram @profa_alexandra e @aora_terapias; Youtube Profa. Alexandra – Tirando dúvidas de português.