O ORGULHO É O GRANDE MAL DA HUMANIDADE?

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A tendência, ao pensar na palavra “orgulho”, é pensarmos no sentimento de valor de algo ou alguém. Sentimo-nos orgulhosos quando alcançamos um resultado positivo diante de um desafio. Por outro lado, quando alguém demonstra um comportamento de autovalorização e autoadmiração excessivos, jogamos para o lado pejorativo esse valor. A questão é que há uma linha tênue entre os lados, positivo e negativo, desse conceito.

Vamos começar pelo lado negativo. O orgulho destrói a alma quando manifestado com autossuficiência extrema, ou seja, seu “dono” não precisa de nada, nem de ninguém, pois se sente superior e a tudo e a todos.

Arrogância, vaidade, prepotência são comportamentos negativos associados ao orgulho. Quem é orgulhoso, coloca-se acima da lei, não cumpre regras, não deve obediência a nada, a não ser aos próprios desejos e ambições.

Num tempo em que o termo “narcisista” faz parte do cotidiano, e a exposição contínua e a disputa por likes e views são propulsores da vaidade, o orgulho toma forma na sua pior versão. Photoshop, filtros e textos cheios de gatilhos mentais e palavras-chave criam a ilusão da perfeição divina.

Em contrapartida, a necessidade de ser visto, ainda que não visualmente, mas de que seu comentário seja lido e curtido, gera outro termo bastante comum: “a lacração”. O autor do texto, muitas vezes, não está preocupado com as consequências dele, mas sim no impacto que gerará na discussão, esquecendo de analisar todas as vertentes, e até as próprias atitudes diante de fatos semelhantes.

De acordo com a fé cristã, o orgulho separa o homem de Deus. Estabelecer um limite saudável para entre os polos desse sentimento e entender os limites da existência humana são fundamentais para o equilíbrio. Portanto, a autocrítica é fundamental para que alcancemos mais um degrau na evolução terrena.

Quando não queremos enxergar nossos próprios defeitos, estamos diante de um problema sério e indissolúvel. Isso porque todos temos uma parcela, ainda que mínima, de cada uma das falhas que apontamos no outro. Então, por que o fazemos? Por que nos achamos superiores para julgar e tolher os outros?

Para isso, precisamos conceber que não há problema em ter defeitos. Eles fazem parte da vida e da evolução humana. Deus nos criou à sua imagem e semelhança, não iguais. Dessa forma, inútil dizer que a soberba é ridícula, assim com a baixa autoestima é falta de consciência.

Portanto, conscientizar-se de suas habilidades e valores, bem como dos seus defeitos, ajuda a promover a mudança positiva. Alguém que se mantém acima dos erros é incapaz de perceber a necessidade de evoluir, assim como alguém que se julga muito inferior, incapaz de progredir. Afinal, quando conseguimos observar em nós mesmos, habilidades e qualidades inatas, essa visão positiva do orgulho nos ajuda a impulsionar nossa caminhada da vida e nos aproximando dos ensinamentos de Deus.

Enfim, ter orgulho de suas conquistas é fazer justiça à sua história de vida. É honrar seus antepassados, seus altos e baixos e sua construção no mundo.

E, por fim, para evitar desenvolver o lado B do orgulho, ficam as dicas:

Antes de julgar, julgue-se.

Antes de criticar, reflita.

Antes de torcer contra, pense nos benefícios de todos.

Melhore-se.

Alexandra A.S. Fernandes: Graduada em Letras – Português/Espanhol pela UNIP. Pós-graduada em Metodologia de Ensino das Línguas Portuguesa e Espanhola pela UCAM. Autora do livro – Autismo – Ensinar aprendendo e aprender ensinando. Diretora Social e Acadêmica da ACILBRAS. Funcionária pública e Professora de Análise Linguística do Piconzé Anglo e HF Cursos Jurídicos. Escritora, Terapeuta Integrativa, Astróloga e Artesã. Redes sociais: Instagram @profa_alexandra e @aora_terapias; Youtube Profa. Alexandra – Tirando dúvidas de português.