Por Sandra Mara Escudeiro
“Bendito seja quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do primeiro dia do mês e de cada ano é que nos dá a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça.” (Mário Quintana – o poeta dos pampas)
E assim, entre altos e baixos, alegrias e tristezas, perdas e ganhos estamos completando mais um ano, para alguns mais fácil, para outros nem tanto!
Com a feliz invenção do calendário, que marca os dias e meses do ano, ficamos com a falsa ideia de que ao término das doze badaladas do dia 31 de dezembro, tudo começa do zero, que tudo recomeça, tal qual uma página em branco à espera de ser preenchida – quando em verdade, estamos apenas virando mais uma página do calendário gregoriano, de origem europeia e, não passa de um limite cronológico (o período de 365 dias e 6 horas consumidas para uma volta completa da Terra ao redor do Sol) utilizado oficialmente pela grande maioria dos países no mundo.
Na prática, tudo isso pouco importa de fato, sobretudo considerando as diferentes tradições que envolvem a passagem do Ano Novo, as quais variam bastante entre os diferentes povos, refletindo as mais diversas culturas e crenças do nosso maravilhoso planeta azul!
Muitos celebram com fogos de artifício, barulhentos e ou coloridos, para afastar maus espíritos, enquanto outros fazem rituais de todo tipo com a intenção de atrair a boa sorte, a prosperidade, o sucesso.
Receitas “mágicas” é que não faltam: comer lentilhas, sementes de romã, trocar as folhas de louro na carteira, usar roupas brancas e ou novas, lingerie colorida (a cor varia de acordo com a expectativa do momento), pular sete ondas e fazer oferendas nas águas salgadas (que retornam na manhã seguinte entulhando as praias) só para citar algumas, ainda assim, sem garantia de pleno sucesso, mas que muitas pessoas não deixam de fazer, e por que não?!?! – no fundo, o que vale mesmo é acreditar naquilo que se faz e comemorar a passagem do ano ou da mudança no calendário com muita emoção e paixão (os temperos indispensáveis da vida!).
Jantares festivos, brindes, cumprimentos, votos de felicidade, abraços e beijos à meia-noite são práticas comuns e universais que unem as pessoas na esperança de um novo começo ou recomeço!
E o costume de fazer resoluções, planos, projetos e promessas (que muitas vezes, nem ao menos saem do papel, mas tudo bem) de Ano Novo é muito comum, simbolizando um compromisso pessoal com o autodesenvolvimento.
A verdade é que, à medida que o relógio marca a passagem do ano, a maioria de nós mentalizamos metas, planos e aspirações para os próximos 365 dias, mesmo que não os exteriorizemos.
De qualquer forma, a mudança do calendário não deixa de ser uma ótima oportunidade para abandonarmos velhos hábitos, antigos costumes e tudo o que não nos acrescenta nada e já não nos serve mais, buscando e abraçando novas possibilidades, novos sonhos, novas expectativas – afinal, sonhar é do homem!
Então, acreditando que o novo sempre vem e sempre vence, que tenhamos um Ano Novo, realmente novo, que possamos viver e conviver em um mundo melhor, que o Amor, a Compaixão, a Solidariedade e o Respeito sejam práticas diárias nos dois hemisférios, de norte a sul.
Assim, que 2024 seja o ano de refazimento e ressignificação da Paz e Harmonia entre os quase 8 bilhões de habitantes.
Que assim seja! Feliz 2024! Feliz Ano Novo!!!