Em 1964, Nivaldo Melara participando de uma colação de grau da Escola Cruzeiro do Sul, que por acaso, passou a ser o atual mantenedor, mas como Colégio Comercial
Faleceu em Votuporanga nesta segunda-feira, 20, as 6h15, na Casa de Saúde Unimed, aos 84 anos, o professor Nivaldo Melara. Viúvo da Professora Anitta de Souza Melara deixa os filhos Mara Silvia Melara, bancária e diretora do Colégio Comercial e Nivaldo Melara Junior, dentista tenente da Reserva do Exercito Brasileiro e proprietário da Escola DEFENSE em São José do Rio Preto, além das netas: Daniela D´Amélio Melara, Fernanda Melara e Luciana Melara Alves. Seu corpo foi velado no Velório Municipal de Votuporanga nesta segunda-feira (20) e será sepultado nesta terça-feira (21) as 8h, em São José do Rio Preto.
Nivaldo Melara
Nascido em 22 de maio de 1935, em são José do Rio Preto, filho de José Melara e Victória Badan Melara, viu seu pai falecer quando tinha 30 anos de idade. A profissão do pai, de cabeleireiro, foi então assumida pela esposa, Victória, para sustentar os filhos Nivaldo e José Miguel. Com o tempo, a mãe passou a exercer uma nova profissão, construtora de imóveis, tornando-se uma empresária do ramo imobiliário. Melara que cursava o ultimo ano do curso Normal arrumou um emprego na companhia telefônica de Rio Preto, onde trabalhou por aproximadamente 10 meses. Formou-se em 1.955 e, em 56, foi para Santa Clara D’Oeste. Ele contava aos mais próximos que na época, o meio de transporte era o trem, utilizado na viagem até Santa Fé do Sul. De lá em diante, seguia de jardineira até Santa Clara. No meio do ano, foi lecionar na fazenda Canguçu, entre Três Fronteiras e Palmeira D’Oeste. Em Rio Preto, ficou a sua espera a noiva Annita de Souza, que também fazia o curso normal. No ano de 1.957, junto Annita, lecionou em um sítio de Santana da Ponte Pensa. Em julho do mesmo ano, casaram-se. Em 1.958, Melara tornou-se efetivo no Estado e foi lecionar no Grupo Escolar de Santana da Ponte Pensa, onde o casal foi morar. No ano seguinte, Annita também torna-se efetiva e vai lecionar no mesmo Grupo Escolar. De 1.960 a 1.962, Melara foi diretor deste Grupo.
Como Educador ministrou aulas também no Distrito de Simonsen, onde assumiu por um tempo sua direção. Depois de aprovado em um novo concurso público, Melara muda-se para Valentim Gentil, onde ficou por quatro meses. O casal passou a viver em Votuporanga e teve três filhos: Nivaldo Júnior, Vinícius (que faleceu ao nascer) e Mara Sílvia. Como morava em Votuporanga, Melara conseguiu conciliar a direção da escola de Simonsen com aulas na Escola Técnica de Comércio Cruzeiro do Sul, hoje Colégio Comercial. Já no ano de 1.965, ele e sua esposa Annita já trabalhavam no município. Ele foi o primeiro diretor da escola MIMO (Maria Isabel Martins de Oliveira), onde ficou por 19 anos, até julho de 1.981. Foi o ex-prefeito Dalvo Guedes que construiu esta unidade de ensino. No ano de 1.981, Melara conquistou mais uma aprovação em concurso público, desta vez para supervisor. Em 1.983, passou a ser delegado de ensino em comissão, convidado pelo então prefeito Mário Pozzobon. Na função, ficou até o ano de 1.995, quando voltou a ser supervisor de ensino e se aposentou em 2.000.
Durante os anos como educador, fez alguns cursos, como de aperfeiçoamento; administração escolar; pedagogia; e especialização de supervisor de ensino. Nivaldo Melara dizia que tinha que ser votuporanguense de qualquer forma. Passou por aqui antes de morar na cidade, devido às reuniões educacionais. De alguns vereadores já recebeu muitas vezes convites para ganhar título de cidadão votuporanguense, mas dizia que não precisava, porque sempre se considerou do município.
Sobre a educação, ele ressaltava: “se eu tivesse que nascer de novo, faria tudo outra vez. Adoro escola, barulho de criança. O melhor deste trabalho é ver o crescimento do aluno, porque a mente dele se abre para o mundo”, disse. Melara ainda comentou: “me orgulho de ter sido professor, de ensinar as primeiras letras a crianças de sete anos, de ser diretor de escola, supervisor e delegado de ensino e, principalmente, em ter o Colégio Comercial, que presta um imenso trabalho para a sociedade”.
Entre algumas de suas conquistas na educação para Votuporanga, ele conseguiu e instalou a escola do Parque das Nações; a Escola Juraci, no Santa Amélia; o SAO (Sebastião Almeida de Oliveira); a instalação do Cefam (Centro de Formação de Magistério); e conseguiu o prédio próprio para a Delegacia de Ensino. Na política, foi presidente do diretório municipal do PSC (Partido Social Cristão) e sempre esteve presente nas campanhas políticas de Votuporanga desde que chegou aqui. Dizia aos mais próximos ter colaborado para o crescimento do município, socialmente, politicamente e no setor educacional.
Colégio Comercial
A aquisição do Colégio Comercial aconteceu no ano de 1.964, o professor Cícero Barbosa Lima resolveu vender a Escola Técnica de Comércio Cruzeiro do Sul e o prefeito da época que era o Sr. Dalvo Guedes, chamou um grupo de professores e pediu que eles adquirissem a instituição. No ano de 1.965, os docentes Nivaldo Melara, Jurandir Pagioro, Luiz Carlos Cardoso Prado e Joaquim da Luz Marques eram os novos donos do atual Colégio Comercial.
Dos 51 anos voltados a educação, 43 deles, Nivaldo Melara, dedicou-os a Votuporanga. Perde a cidade e fica uma lacuna na educação