Escrever não é tarefa fácil.
Demanda tempo, dedicação e uma certa disciplina na atividade, mas, ainda assim, de tempos em tempos o escritor se vê desprovido de criatividade e inspiração.
Quais são os motivos para isso? Não sei dizer.
Acredito que um escritor passa por fases de motivação, desenvolvimento e inércia. Cada um desses períodos é fomentado por fatos e acontecimentos que intensificam (ou não) a vontade de externar os sentimentos e pensamentos.
Eu explico nas minhas aulas que todo e qualquer texto tem como fator inicial a intencionalidade. Ela é fundamental para que o produto final, o texto, seja aceito pelo leitor. O problema, para o escritor, acontece quando ele não consegue definir sua intenção ou quando não consegue definir seu público-alvo.
Por vezes, o escritor pode ainda entrar em choque com frases desmotivadoras: Por que e para que escrever se o povo não lê?!
Essa é uma falácia, na minha opinião, que instiga o senso comum e incute na mente das pessoas que o processo de leitura é uma prática em desuso e, portanto, antiquada para os dias de hoje.
“Afinal, por que vou perder tempo lendo se posso ouvir um áudio book do livro, obra ou qualquer texto disponível?”
“A vida é corrida demais para eu ficar perdendo tempo, sentada com um livro na mão.”
“Tudo o que preciso de informação está disponível nas redes sociais para pesquisa e, se eu quiser saber, procuro.”
Essas frases são comuns, mas escondem um comportamento, no mínimo, autodestrutivo, já que nos colocamos na posição de potenciais marionetes da interpretação alheia, além de dificultar, cada vez mais, o raciocínio lógico e a beleza de se aventurar pelas páginas de um livro e mergulhar num mundo mais colorido.
Escrever, portanto, exige do escritor um esforço hercúleo. Precisa passar do descrédito à aprovação, do desdém à aceitação.
Vencer a resistência do senso comum e despertar no leitor o interesse pela leitura é sofrer de amor numa relação sádica, que fere e ainda assim insiste em tentar, de novo e de novo, e fazer surgir a motivação primária do sonho.
Por vezes, o pesadelo das letras se torna evidente. As palavras perdem a conexão e a intenção já não encontra destino. O chicote ganha forma e fere a alma do escritor.
Em outras, diante da persistência do amor platônico, esse objeto se torna a corda que traz do abismo da ignorância, aquela alma ferida e perdida. O escritor consegue um fôlego e uma flecha de luz atinge seu peito… em cheio… um novo texto surge… acabou o pesadelo.
Alexandra A.S. Fernandes: Graduada em Letras – Português/Espanhol pela UNIP. Pós-graduada em Metodologia de Ensino das Línguas Portuguesa e Espanhola pela UCAM. Autora do livro – Autismo – Ensinar aprendendo e aprender ensinando. Diretora Social e Acadêmica da ACILBRAS. Funcionária pública e Professora de Análise Linguística do Piconzé Anglo e HF Cursos Jurídicos. Escritora, Terapeuta Integrativa, Astróloga e Artesã. Redes sociais: Instagram @profa_alexandra e @aora_terapias; Youtube Profa. Alexandra – Tirando dúvidas de português.